Organismo pede investigação ''célere, transparente e imparcial’’
A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o assassinato da liderança quilombola Maria Bernadete Pacífico, Mãe Bernadete, ocorrido nessa quinta-feira (18), no Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho (BA). Em um comunicado divulgado neste sábado (19), o escritório regional para a América do Sul da ONU Direitos Humanos manifestou solidariedade com a família e a comunidade e convocou o Estado Brasileiro a realizar uma investigação ''célere, imparcial e transparente” sobre o homicídio.
''A ONU Direitos Humanos manifesta sua solidariedade com a família e a comunidade dessa reconhecida mulher negra, quilombola, representante de uma religião de matriz africana e defensora do seu território”, diz o comunicado.
Yalorixá,
Mãe Bernadete era coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de
Quilombos (CONAQ) e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões
Filho. Ela foi morta a tiros em sua casa e terreiro religioso, enquanto
assistia televisão com dois netos e mais duas crianças. Ela já vinha
denunciando há algum tempo a diversas instâncias governamentais que estava
sendo ameaçada de morte.QUILOMBO PITANGA DOS PALMARES A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o assassinato da liderança quilombola Maria Bernadete Pacífico, Mãe Bernadete, ocorrido nessa quinta-feira (18), no...
''A ONU Direitos Humanos convoca o Estado brasileiro a realizar uma investigação célere, imparcial e transparente, e que sejam respeitados os mecanismos de proteção legal para o amparo das comunidades quilombolas, bem como medidas de proteção e reparação para os familiares e a comunidade de Bernadete Pacífico”, diz o texto.
''Diante da constante violência, o organismo reforça o apelo pela proteção a lideranças e pessoas defensoras dos direitos humanos. Nesse sentido, chama o Estado a cumprir seu dever de proteger a vida, a integridade pessoal, os territórios, a liberdade religiosa e os recursos naturais desses povos”, ressalta o comunicado.
O representante da ONU Direitos Humanos na
América do Sul, Jan Jarab também repudiou o crime. ''Este crime terrível não
pode ficar impune. É um lamentável novo exemplo dos perigos que as comunidades
quilombolas enfrentam diante da violência daqueles que ameaçam seus territórios
e sua cultura”, disse.
AB
EDIÇÃO DE ANB
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