quarta-feira, 12 de abril de 2023

Em reação à formação de ''alternativa ao Centrão”, no mês passado, novo grupo, cujo anúncio surpreende base do governo, reunirá legendas da direita à centro-esquerda 

São Paulo – Para usar um termo dos velhos filmes de faroeste, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é rápido no gatilho. Ele lidera uma negociação, anunciada nesta quarta-feira (12), para formação do que já é chamado de ''superbloco” na Casa. Esse grupo reunirá legendas da direita à centro-esquerda, incluindo agremiações da base do governo Lula: PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e a federação Cidadania-PSDB, somando 173 deputados.

A criação do bloco é uma reação de Lira, líder do Centrão e considerado por muitos o ''dono” da Câmara dos Deputados, ao anúncio no mês passado do bloco composto por MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC, que tem 142 parlamentares e era o maior até hoje.

Para o governo do presidente Lula, o bloco MDB-PSD-Republicanos-Podemos-PSC, naquele momento, mais ajudava do que...

No final de março,  reportagem  sobre esse bloco liderado pelo MDB e PSD mostrava que o agrupamento representava ''uma alternativa ao Centrão de Arthur Lira”. Para o governo do presidente Lula, o bloco MDB-PSD-Republicanos-Podemos-PSC, naquele momento, mais ajudava do que atrapalhava, disse na ocasião o consultor político Antônio Augusto de Queiroz.

Nova força

A união das cinco legendas no final do mês passado representaria uma nova força, em tese, com a diminuição do poder de Lira, em particular. Também seria uma espécie de diluição dos poderes políticos na Casa de modo geral. O bloco de 142 deputados seria a quarta força, dividindo a Casa com o Centrão/Lira, a base de Lula e a oposição formal (o bolsonarismo) na Câmara.

Os blocos parlamentares atuam conjuntamente, como se fossem grandes partidos, têm líderes e poder de representatividade nas negociações por cargos e...

Porém, a matéria  terminava dizendo que eram esperados ''novos lances no tabuleiro”, porque “Arthur Lira não costuma aceitar revezes”. Lira havia sido reconduzido à presidência da Câmara em 1° de fevereiro com votação recorde de 464 votos.

Lira, Pacheco e Lula

Os blocos parlamentares atuam conjuntamente, como se fossem grandes partidos, têm líderes e poder de representatividade nas negociações por cargos e formação de comissões.

Para Arhur Lira, a formação do novo bloco é fundamental no momento em que ele trava uma dura disputa política com o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), inclusive na formação de comissões mistas (com deputados e senadores) para a tramitação de medidas provisórias do governo.

Para usar um termo dos velhos filmes de faroeste, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é rápido no...

Hoje, Pacheco está na comitiva de Lula que chegou à China na noite de hoje (no horário chinês). Mais do que isso, o senador foi no avião do presidente brasileiro, num sinal de proximidade nesse momento de embate com Lira.

Os movimentos das peças no tabuleiro continuam surpreendendo, inclusive os líderes do governo.


EDUARDO MARETTI

EDIÇÃO DE ANB

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