sexta-feira, 15 de julho de 2022

AMAMBAI (MS)

Márcio Moura foi morto em área de conflito de terra, menos de um mês depois de morte provocada pela polícia em retomada

Uma emboscada contra cinco indígenas do povo Guarani Kaiowá na cidade de Amambai (MS) resultou na morte a tiros de Márcio Moreira na tarde desta quinta-feira (14). Ele era liderança do Tekoha Gwapo’y Mi Tujury, território ancestral que está no nome da Fazenda Borda da Mata da empresa VT Brasil Administração, da família Torelli, e que foi retomado pelos indígenas em junho.

O assassinato de Márcio Moreira acontece três semanas depois do que ficou conhecido como Massacre de Gwapo’y, quando a polícia militar invadiu a área, feriu 15 pessoas e matou o indígena Vitor Fernandes.

Segundo a Aty Guasu – a Grande Assembleia Guarani Kaiowá –, cinco indígenas da retomada foram chamados para fazer um trabalho de construção de muro na tarde desta quinta-feira (14). Chegando ao local, na beira da rodovia MS 386 e perto da onde fica a sede da Coamo Agrodindustrial Cooperativa, eles teriam percebido a emboscada.
BRASIL NA CORDA BAMBA Uma emboscada contra cinco indígenas do povo Guarani Kaiowá na cidade de Amambai resultou na morte a tiros de Márcio Moreira na tarde desta quinta-feira (14). 
"Encontraram em torno de 20 pistoleiros, jagunços e policiais", afirma a nota da Aty Guasu, segundo a qual Marcio Moreira foi morto a tiros, dois indígenas estão desaparecidos, um conseguiu escapar correndo e outro foi preso pela Polícia Militar, acusado de ter cometido o assassinato – versão contestada e denunciada pelos indígenas. Este último seria Wilis Fernandes, filho de Vitor, morto pela polícia no Massacre de Gwapo’y.

A Comunicação da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul informou a Reportagem que, ao que consta no Boletim de Ocorrência, uma testemunha relatou que Márcio teria sido morto por dois suspeitos não identificados, que outra pessoa teria fugido e que, até o momento, ninguém foi preso.

A Reportagem entrou em contato com a Delegacia da Polícia Civil de Amambai para questionar sobre a prisão de Fernandes, mas não quiseram dar informações. A Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul também foi acionada e não respondeu até o fechamento desta matéria.


GABRIELA MONCAU

EDIÇÃO DE ANB

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