quinta-feira, 23 de junho de 2022

"Vai definir futuro de nossos povos"

Votação seria retomada nesta quinta-feira, mas foi retirada da pauta do Supremo Tribunal Federal (STF)

No dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) retomaria a votação da pauta do Marco Temporal – que foi retirada das discussões e não tem nova data para acontecer –, representantes do movimento indígena foram às ruas e se mobilizaram em Terras Indígenas (TIs) de todo o país. Os atos desta quinta-feira (23) pedem que os ministros voltem a discutir o tema, que "vai definir o futuro de nossos povos", conforme disse a coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sonia Guajajara.

Apesar de a concentração ter sido marcada para a região do Museu de Arte de São Paulo, os manifestantes se reuniram junto à...

"Estamos aqui juntos para dizer: 'Marco Temporal não!'. É o resultado desse julgamento que vai definir o futuro das demarcações de terra indígena no Brasil, e é esse resultado que vai definir o futuro dos povos indígenas do Brasil. E é por isso que hoje, 23 de junho, ocupamos as ruas do Brasil", disse Sonia durante ato realizado na avenida Paulista, região central de São Paulo no início da noite.

Apesar de a concentração ter sido marcada para a região do Museu de Arte de São Paulo (MASP), os manifestantes se reuniram junto à sede do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, na esquina da avenida Paulista com a rua Frei Caneca. No local acontecia outro protesto, convocado por movimentos feministas em rechaço à decisão da juíza que induziu uma criança de 11 anos, grávida após estupro, a manter a gestação em Santa Catarina. Os grupos caminharam juntos e ocuparam uma das faixas da avenida.

Uma das menores TIs do Brasil, ela fica dentro dos limites da maior cidade do país, ao redor do...
O protesto foi marcado, ainda, por pedidos de justiça pelo indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, e também pelo indigenista Maxciel Pereira dos Santos, morto em 2019. Os integrantes do ato gritaram palavras de ordem contra o Marco Temporal, contra o governo de Jair Bolsonaro (PL) e pela exoneração do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier.

"O governo colocou um presidente da Funai anti indígena, que traz muito retrocesso também dentro dos territórios. Hoje a gente não tem garantia de direitos dentro do território, não tem autonomia. A gente vê muita violência na Amazônia, o povo de lá sofre muito. Aqui em São Paulo a gente sofre muito por causa dos empreendimentos [imobiliários]. Cada vez mais vêm em torno do nosso território, causando muito transtorno e trazendo violência", pontuou Márcio Boggarim, cacique da aldeia Tekoa Yvy Porã, da TI Jaraguá, da capital paulista.

No dia em que o Supremo Tribunal Federal retomaria a votação da pauta do Marco Temporal – que foi retirada das discussões e não tem nova data para acontecer –, representantes do movimento indígena foram às ruas.

A TI do Jaraguá, aliás, é uma das que está ameaçada pelo Marco Temporal. Uma das menores TIs do Brasil, ela fica dentro dos limites da maior cidade do país, ao redor do Pico do Jaraguá e sofre com a especulação imobiliária. Em 2017 o território foi ampliado para acomodar as comunidades que vivem no local. Se a tese do Marco Temporal for aceita no STF, a comunidade que vive no local estará ameaçada.


GABRIELA MONCAU

EDIÇÃO DE ANB

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