domingo, 5 de setembro de 2021

Grupo de pessoas submetidas à violência trabalhista incluía famílias com bebês: eles dormiam em "casas" sem paredes

Alojamentos improvisados na mata, sem acesso à água potável, banheiro ou alimentação adequada, além de jornadas de trabalho desgastantes, sem qualquer proteção física ou contrato trabalhista.

Essas são algumas das irregularidades constatadas durante a Operação 1.200, realizada entre os dias 22 de julho e 07 de agosto, que resgatou 80 trabalhadores em garimpos clandestinos no município de Ourilândia do Norte, no sudeste paraense.

Além de combate ao trabalho escravo, a ação da Polícia Federal (PF), integrada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público Federal (MPF), tinha como foco o combate a crimes ambientais e extração ilegal de minérios no Estado.

Nos 15 alvos flagrados com trabalhadores, a maioria dos encontrados em situação análoga à escravidão eram do próprio município de Ourilândia e adjacências, e do Estado do Maranhão. Entre os 80 resgatados, sete eram mulheres.

Essas são algumas das irregularidades constatadas durante a Operação 1.200, realizada entre os dias 22 de julho e 07 de...
Havia ainda três adolescentes, filhos da cozinheira do local, e uma criança de 1 ano e 6 meses, filho de uma outra trabalhadora. No mesmo dia do flagrante, o grupo foi encaminhado para Ourilândia e Marabá, para que, os que manifestaram interesse, pudessem retornar para as suas cidades de origem, a maioria do Maranhão.

Segundo a subprocuradora-geral do MPT, Edelamare Melo, que participou da operação, juntamente com o procurador do trabalho Acir Hack, os trabalhadores, via de regra, não informaram os nomes dos proprietários dos garimpos, se referindo a eles, em alguns casos, pelo apelido que são conhecidos, o que dificulta a adoção de medidas judiciais contra os infratores.

“Por se tratar de garimpos ilegais, tivemos dificuldade de  identificar os empregadores, mas as investigações seguem junto à Delegacia da Polícia Federal de Redenção”, afirmou a procuradora.

“O êxodo de trabalhadores do Maranhão para o Pará, em busca de dinheiro rápido e, na concepção deles, mais fácil, está ocorrendo por conta do desemprego em larga escala de lavradores que não encontram trabalho na sua atividade, em razão dos latifúndios de soja e milho que estão fazendo desaparecer as pequenas propriedades rurais”, explicou a procuradora Edelamare Melo.


VINÍCIUS SEGALLA

EDIÇÃO DE ANB

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