terça-feira, 4 de maio de 2021

Outro líder indígena, Almir Suruí, virou alvo de inquérito da PF. Segundo a Funai, Suruí também teria divulgado mentiras na internet ao fazer críticas ao governo

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil recorreu à Justiça para arquivar o inquérito que investiga a líder Sonia Guajajara. E a Polícia Federal intimou outra liderança indígena por criticar o governo.

A Articulação do Povos Indígenas do Brasil, a Apib, pediu o "trancamento do inquérito policial" contra a líder indígena Sonia Guajajara. De acordo com a Apib, ela está "sofrendo constrangimento ilegal" pela PF.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil recorreu.
A Funai pediu a abertura de inquérito por causa da série de vídeos na internet “Agora é a vez do Maracá”, que denuncia o que seriam violações de direitos de povos indígenas durante a pandemia.

Segundo a Funai, a série "estaria imputando ao governo federal a prática de genocídio, disseminando fake news”.

Os advogados da Apib afirmam que "a peça não guarda qualquer relação com os tipos penais invocados bem como de indícios mínimos capazes de deflagrar uma investigação penal." Segundo eles, Sonia Guajajara está sendo "cerceada em sua liberdade de expressão" e se o inquérito não for suspenso, o resultado será uma "denúncia inepta e a manutenção do constrangimento à Sonia Guajajara, de forma injusta e incabível."

Sonia Guajajara afirma que o governo está tentando intimidar as lideranças indígenas.
Sonia Guajajara afirma que o governo está tentando intimidar as lideranças indígenas: ''É claro que a gente recebe isso como um forma de intimidação para as lideranças que estão se opondo às ações ou omissão do governo federal. Então essa intimação, que pode ser mesmo ser traduzida como intimidação, chegou para mim, chegou para outras lideranças indígenas também, e a gente tem percebido que eles estão atentos a todas as lideranças que estão denunciando o governo federal''. 

Assim como Sonia, outro líder indígena virou alvo de inquérito da Polícia Federal. A pedido da Funai, a PF intimou Almir Suruí, de Rondônia, a prestar depoimento. As acusações são muito semelhantes. Segundo a Funai, Almir Suruí também teria divulgado mentiras na internet ao fazer críticas ao governo. Além disso, a Funai pediu que ele fosse investigado porque ajudou a organizar uma campanha para arrecadar dinheiro para comprar cestas básicas e itens de limpeza para populações indígenas.

O líder indígena do povo Suruí foi nesta segunda (3) espontaneamente, à PF com seu advogado para pegar uma cópia do inquérito. Ele ainda não prestou depoimento.

A Funai declarou que não...
''Se a Funai fez isso, para mim, é um desastre, é um desrespeito. Não tenho outras palavras que dizer aqui, é um desrespeito com nós, povos indígenas. Eu acho que a Funai tem que refletir e retirar todos os processos que eles estão pedindo para as nossas lideranças indígenas no Brasil serem investigadas. O governo precisa respeitar nós, povos indígenas”, afirmou Almir Suruí.

A Funai declarou que não comenta fatos em apuração para não atrapalhar a investigação policial e que não compactua com posturas ilícitas.


JN

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