sábado, 2 de novembro de 2019
Chutar apenas em último caso e só nas questões difíceis
O exame começa a ser aplicado neste domingo

Chutar apenas em último caso e só nas questões difíceis e resolver primeiro as questões fáceis das provas. Essas são algumas dicas de especialistas para melhorar o desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O exame começa a ser aplicado neste domingo (3), em mais de 1,7 mil municípios. Cerca de 5,1 milhões de estudantes estão inscritos.

“Chutar ou não chutar é uma questão complexa em se tratando de TRI [teoria de resposta ao item]”, diz o professor de física do curso online Descomplica, Rafael Vilaça. “Se uma questão é fácil, é esperado que aluno saiba fazer. Se ele chuta uma questão fácil, isso é mal interpretado pelo sistema. A meu ver, é mais tranquilo chutar uma questão difícil”, explica.
Para ir bem na prova, é preciso conhecer o sistema de correção do exame. No Enem, não há um valor fixo para cada questão. A pontuação varia conforme o percentual de acertos e erros naquele item entre os participantes e, também, de acordo com o desempenho de cada estudante na própria prova. A correção segue chamada teoria de resposta ao item (TRI).
Candidatos chegam para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os portões foram fechados às 13h, horário de Brasília.
Importante chegar com antecedência nos locais de provas para evitar perder o horário de entrada. 
“A TRI leva três aspectos em consideração: o conhecimento do candidato; o nível da questão em si, se é fácil, médio ou difícil; e, a aleatoriedade, ou seja, o chute”, diz Vilaça.
Se a questão tiver um grande número de acertos entre os candidatos, ela será considerada fácil e, por essa razão, valerá menos pontos. Por outro lado, o estudante que acertar um item com alto índice de erros, poderá ganhar mais pontos por ele.
O sistema de correção permite ainda detectar chutes, pois avalia o comportamento de cada candidato na prova. A TRI pressupõe que um candidato com um certo nível de proficiência tende a acertar os itens de nível de dificuldade menor que o de sua proficiência e errar aqueles com nível de dificuldade maior. É muito comum dois participantes acertarem o mesmo número de itens, mas terem médias finais diferentes no Enem.
Na TRI é importante, portanto, que o estudante resolva as questões fáceis, pois, parecerá ao sistema que ele está chutando se acertar apenas questões difíceis. “Se errar as fáceis e acertar as difíceis, a nota é menor”, diz o diretor pedagógico do Curso Anglo, de São Paulo, Renan Miranda.
“Se ficou na dúvida, pule a questão e volte depois. Não se desgaste. Tenha um tipo de marcação para as questões que vai pular, mas assinale alternativas em todas as questões. Não deixe nenhuma em branco”, orienta Miranda.
Uma dica, segundo ele, é ler com atenção os enunciados da prova. “No tipo de prova do Enem, mesmo não sabendo a resposta, uma boa leitura do enunciado e das alternativas, no mínimo, vai ajudar a eliminar umas duas alternativas, e a chance de acerto será maior. Mesmo o chute, precisa de raciocínio”, afirma.
Neste domingo (3), os participantes farão as provas de redação, linguagens e ciências humanas. O Enem continua no próximo domingo (10), quando serão aplicadas as provas de ciências da natureza e matemática. A TRI é usada na correção de todas as provas, com exceção da redação. Ao todo, os estudantes responderão a 45 questões de múltipla escolha em cada uma delas.
Mariana Tokarnia
Edição de ANB Online

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