quarta-feira, 25 de setembro de 2019
Morosidade da Vale em cumprir acordo força saída dos pataxó da aldeia Naô Xohâ, às margens do rio contaminado pela lama

Oito meses após o crime da mineradora Vale, a aldeia Naô Xohã teve seu modo de vida destruído pela morte do rio Paraopeba. A comunidade com cerca de 200 indígenas das etnias pataxó e pataxó Hã Hã Hãe reivindica, desde o fim de agosto, junto ao Ministério Público Federal (MPF), a realocação para outro território.

A área deve ser disponibilizada pela Vale, que irá se reunir nas próximas semanas com os indígenas e o MPF para negociar a disponibilização da nova localidade.

A 22 km de distância da mina Córrego do Feijão, palco da tragédia, a comunidade indígena não têm acesso regular à saúde, a água de qualidade, e sobrevive da venda de artesanatos e da indenização emergencial paga pela Vale no valor de um salário mínimo.
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Desde quando chegaram à localidade, em 2 de novembro de 2017, os pataxós vinham... 
“Na Nahô Xohã, o local que estamos hoje, não tem como a gente tá ali por causa do rio, da poluição, nosso solo foi contaminado também. Então, a gente decidiu que a Vale tem que dar outro território pra gente. Todo mundo na Naô Xohã já decidiu. Nós não decidimos nada sozinho. Reunimos todo mundo e chegamos a conclusão que é o melhor pro nossos filhos, nossos netos e todos nós”, conta Arakuã Pataxó Hã Hã Hãe, primeiro cacique e fundador da aldeia.

Desde quando chegaram à localidade, em 2 de novembro de 2017, os pataxós vinham aguardando pela regularização fundiária do território em que ocupam às margens do rio, no município de São Joaquim de Bicas. Com a morte do rio, a reivindicação mudou.

O pedido de realocação de território foi feito em reunião na sede do Ministério Público Federal (MPF), em Belo Horizonte, no último dia 27 de agosto. No encontro, foi levantada outras demandas prioritárias pelos indígenas, como a questão da qualidade da água fornecida pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) e paga pela Vale.

Pedro Stropasolas
Edição ANB 

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