sexta-feira, 2 de novembro de 2018
RIO DE JANEIRO

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann rebateu as críticas de entidades de delegados do Rio de Janeiro contra a abertura de investigação paralela da Polícia Federal

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann rebateu as críticas de entidades de delegados do Rio de Janeiro contra a abertura de investigação paralela da Polícia Federal (PF) sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Em nota divulgada no início da noite, o ministro afirmou que “em nenhum momento identificou os agentes públicos que poderiam estar envolvidos com uma possível rede de proteção a criminosos”.

Jungmann disse ter informado os termos da determinação da Procuradoria-Geral da República para que a Polícia Federal investigasse essa possibilidade, “a partir de denúncias graves obtidas pelo Ministério Público Federal”. Ele esclareceu que a medida não configura a federalização das investigações dos assassinatos da vereadora e do motorista Anderson Gomes, que continuam a cargo das autoridades policiais estaduais.

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Marielle ainda não sabe quem são seus assassinos.

Ontem (1º), Jungmann tinha informado que o Ministério Público Federal obteve dois depoimentos com denúncias de que uma organização criminosa teria atuado para desviar as investigações e dificultar a identificação dos autores e dos mandantes do assassinato. Ele esclareceu que a Polícia Federal vai entrar no caso a pedido da Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (2), o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindelpol-RJ) e a Associação dos Delegados de Polícia (Adepol-RJ) lamentaram as declarações de Jungmann e afirmaram que o ministro tentou “capitalizar dividendos políticos em cima da investigação dos homicídios”. Marielle e Anderson foram assassinados em março deste ano.

Para os delegados do Rio de Janeiro, Jungmann está “dando maior credibilidade à palavra do referido criminoso em detrimento de agentes do Poder Público de notória história de combate à criminalidade”. Pela nota das duas entidades, a denúncia que chegou ao Ministério Público Federal foi feita “por um miliciano homicida desacompanhada de qualquer outro elemento de prova que pudesse ratificar suas declarações”. 
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O ministro Raul Jungmann: em nota divulgada no início da noite.

O Sindelpol e a Adepol afirmam que a decisão de Jungmann “tenta induzir um descrédito da sociedade na polícia investigativa”. Isso, segundo as duas entidades, “interessa aos marginais e representa uma total inversão de valores, dissociada do anseio da população”.

AS INFORMAÇÕES SÃO DA REPÓRTER LUIZA DAMÉ 
EDIÇÃO DE FERNANDO ATALLAIA E WELLTON MÁXIMO

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