segunda-feira, 22 de outubro de 2018

A rara ameba que come 'cérebro' humano e pode ser encontrada em lagos e piscinas sem tratamento 


Casos recentes fizeram alguns países se depararem com uma infecção cerebral de nome difícil, ocorrência rara e alta letalidade: a meningoencefalite amebiana primária. 

No mês passado, um surfista morreu após contrair a infecção, decorrente de uma ameba (um tipo de organismo unicelular), em uma piscina de ondas no Texas, Estados Unidos.

Na Argentina, este ano, um menino de oito anos contraiu a ameba e perdeu a vida depois de ter nadado em uma lagoa.
Na Argentina, este ano, um menino de oito anos contraiu a ameba e perdeu a vida depois de ter nadado em uma lagoa.

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A rara ameba que come 'cérebro' humano.


Também no início deste ano, uma menina de dez anos sobreviveu à infecção do parasita após contraí-la em uma piscina municipal da Espanha - neste caso, uma rara ocasião em que a vítima resiste, já que 97% dos casos de meningoencefalite amebiana primária são letais.
Afinal, do que se trata este mal de nome complicado? 

Por que a bactéria se alimenta de 'cérebros'?

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), a ameba Naegleria fowleri é um microrganismo que vive em ambientes úmidos, como solos mais encharcados e fontes de água fresca, doce e morna - como rios e lagoas. Em casos de menor incidência, esses microrganismos podem ser encontrados também em piscinas com tratamento de cloro inadequado ou na água de torneira aquecida. 

Segundo o CDC, a presença dessa ameba em ambientes aquáticos doces é comum, mas as infecções são raras - não há ainda métodos e métricas satisfatórias para quantificar a incidência da meningoencefalite amebiana primária no material líquido e a ligação disso com a contaminação em humanos. 

Quando ocorre, a infecção se dá com a entrada da água contaminada no corpo pelo nariz.

Uma ilustração de ameba: Meningoencefalite amebiana primária tem alto índice de letalidade
Meningoencefalite amebiana primária tem alto índice de letalidade.
É desta forma que o parasita chega ao cérebro e ataca o tecido cerebral. Daí o nome pelo qual esse organismo é conhecido: "a ameba que come cérebros". A alimentação basal delas, porém, conta com bactérias encontradas nos sedimentos de regiões alagadas. 

Temperaturas quentes favorecem o desenvolvimento do microrganismo: por isso, a maioria dos casos ocorre no verão.

Os sintomas iniciais se parecem com os de uma meningite bacteriana, como dor de cabeça, febre e náusea; com a piora, podem surgir torcicolo, perda de equilíbrio e convulsões.
Segundo o CDC, estão descartadas infecções por meio da ingestão pela boca de água contaminada ou do contato entre pessoas. 

AS INFORMAÇÕES SÃO DA BBC
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