quarta-feira, 5 de setembro de 2018
De 2015 a 2018, Brasil ficou com 3,3 milhões de desempregados a mais, segundo a pesquisa do IBGE. Como voltar a gerar emprego após o extermínio de vagas por Michel Temer? Confira o que dizem os presidenciáveis sobre a questã
 
Pouco ou menos presente nas planilhas do mercado em relação aos cenários da economia, o desemprego se apresenta como um dos principais desafios para os próximos anos, depois de um verdadeiro extermínio de vagas na era Temer, quando se aprovou uma reforma trabalhista a pretexto, justamente, de abrir vagas. Seja qual for a fonte, o resultado é uma eliminação de postos de trabalho em grande quantidade.

Pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, por exemplo, havia um estoque de 40,4 milhões de empregados com carteira assinada no país em julho de 2015. É verdade que já era um pouco menos do que um ano antes (41,3 milhões). Mas o total em julho deste ano é de 38,2 milhões. Assim, de 2015 até agora, foram perdidos 2.228.848 vagas formais, sendo 654 mil na indústria de transformação e 461 mil no serviços.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, também mostram regressão no mercado de trabalho. No trimestre encerrado em julho de 2015, ainda no governo Dilma, a taxa nacional de desemprego era de 8,6%. Em igual período deste ano, 12,3%.

Sempre nessa base de comparação, o total de ocupados caiu de 92,2 milhões para 91,7 milhões menos 500 mil. E o contingente de desempregados sobe de 8,6 milhões para 12,9 milhões. São 3,3 milhões a mais.


Ainda nesse período, o país viu encolher o mercado formal. Os empregados com carteira no setor privado eram 35,7 milhões em julho de 2015. Agora, são 33 milhões. Os sem carteira aumentaram de 10,1 milhões para 11,1 milhões, enquanto os trabalhadores por conta própria foram de 22,1 milhões para 23,1 milhões. Assim, 2,7 milhões de empregos formais a menos, acréscimo de 2 milhões de informais.

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Fonte: IBGE e Ministério do Trabalho
No governo Temer, as medidas incluíram uma lei de reforma trabalhista (13.467) e outra liberando a terceirização (13.429), agora chancelada pelo Supremo Tribunal Federal,  sempre em nome da flexibilização. Até agora, essas mudanças legais ajudaram apenas a expandir o emprego informal. 

O combate ao desemprego está presente nos discursos dos candidatos à Presidência da República e nos programas de governo, na maior parte do casos de maneira genérica. Entre eles,  Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (Psol) falam em referendo para revogar as reformas“, por sua vez defendidas por nomes como Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSL). Confira o que dizem alguns deles sobre o tema emprego.


Geraldo Alckmin (PSDB)

Sempre no plural majestático, fala em priorizar políticas que permitam às regiões Norte e Nordeste desenvolver plenamente as suas potencialidades em áreas como energias renováveis, turismo, industria, agricultura e economia criativa“. Diz ainda: “Abriremos a economia e faremos com que o comércio exterior represente 50% do PIB. isso é vital para retomarmos a agenda de competitividade do pais“. Também defende prioridade a investimentos em infraestrutura, em parceria com o setor privado.


Além disso, usaremos a nossa diplomacia para firmar acordos comerciais que nos ajudem a expandir os mercados brasileiros no exterior e a reinserir o país na economia global“. O programa fala ainda em promover o desenvolvimento da indústria 4.0 e fomentar o empreendedorismo.


Jair Bolsonaro (PSL)


Afirma que as economias de mercado “são historicamente o maior instrumento de geração de renda, emprego, prosperidade e inclusão social“. E que é graças ao liberalismo” que bilhões de pessoas estão sendo salvas da miséria em todo o mundo“. Apesar de tudo isso, o Brasil “NUNCA (destaque do programa) adotou em sua História Republicana os princípios liberais“. É o liberalismo que reduz a inflação, baixa os juros, eleva a confiança e os investimentos, gera crescimento, emprego e oportunidades“. O candidato diz que quer criar “um ambiente favorável ao empreendedorismo“, afastando o “populismo“.


Ciro Gomes (PDT)

Fala em estratégia planejada, um plano nacional que estabeleça prioridades sociais e econômicas“, com metas de curto, médio e longo prazos que permitam ao Brasil alcançar, em termos de renda e desenvolvimento humano, o mesmo nível de alguns países europeus ou asiáticos que já deixaram para trás problemas como desemprego, miséria e pobreza e oferecem oportunidades e um bom nível de vida para todos os seus habitantes“.


É preciso um plano, um caminho estabelecido entre a sociedade e o governo, entre os trabalhadores, o setor privado e o setor público, que defina claramente políticas de desenvolvimento” com foco na expansão da competitividade. Fala também de mudança na carga tributária para reduzir peso sobre criação de empregos e políticas de inovação e estímulo ao investimento.


RBA
EDIÇÃO BALUARTE

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