quinta-feira, 6 de setembro de 2018
Ibope 
Após adiar divulgação, instituto divulga levantamento que já não inclui Lula, vetado como candidato pelo TSE

Ciro Gomes (PDT) cresceu três pontos e empatou com Marina Silva (REDE) em segundo lugar, ambos com 12%, na corrida à Presidência, quando se considera o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, vetado pela Justiça Eleitoral, fora da disputa. Jair Bolsonaro, candidato de extrema direita do PSL, segue na liderança, com 22%. Esses são dados da pesquisa Ibope divulgada no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quarta-feira, realizada já sem considerar a candidatura do petista. Lula foi impugnado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com base na Lei da Ficha Limpa, na madrugada de sábado. O levantamento, que ouviu 2002 pessoas entre os dias 1º e 3 de setembro, é o primeiro realizado desde que começou a ser veiculada a propaganda eleitoral gratuita, em 31 de agosto e após série de entrevistas dos candidatos na TV aberta.

Ibope Bolsonaro

Ciro cresceu três pontos e empatou com Marina Silva em segundo lugar, ambos com 12%, na corrida à Presidência.

O Ibope previa divulgar os resultados da pesquisa, feita em parceria com a Globo e o jornal O Estado de S. Paulo na terça, mas resolveu adiar porque havia uma divergência entre o que o instituto havia registrado no TSE no questionário, no dia 29 com Lula, e as perguntas que de fato fez aos eleitores, já sem o petista. O instituto perguntou ao TSE sobre o tema, mas o ministro do tribunal, Luiz Felipe Salomão, respondeu que a corte estava impedida de avaliar a questão, por causa dos recursos de Lula que ainda ocorrem. O Ibope decidiu, então, segundo explicou em nota, liberar os números. Petistas criticaram a decisão acusando o instituto de querer ofuscar a preferência dos eleitores pelo ex-presidente.

Bolsonaro só ganha de Haddad no segundo turno

A pesquisa do Ibope tem margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Ou seja, para que se considere estatisticamente que um candidato cresceu ou caiu a oscilação tem de ser maior do que dois pontos. Considerado esse critério, Ciro Gomes foi o único candidato a crescer na comparação com a pesquisa anterior do Ibope, feita entre 17 e 19 de agosto. O pedetista, que marcava 9% no cenário sem Lula em agosto, avançou para 12% e colou em Marina, que exibiu os mesmos 12% entre uma pesquisa e outra. 

OS PRINCIPAIS NÚMEROS DA PESQUISA 

Cenário sem Lula (entre parênteses o índice de cada candidato na pesquisa anterior, aplicada entre os dias 17 e 19/08)

Jair Bolsonaro (PSL): 22% (20%)

Marina Silva (Rede): 12% (12%)

Ciro Gomes (PDT): 12% (9%)

Geraldo Alckmin (PSDB): 9% (7%)

Fernando Haddad (PT): 6% (4%)

Alvaro Dias (Podemos): 3% (3%)

João Amoêdo (Novo): 3% (1%)

Guilherme Boulos (PSOL): 1% (1%)

Henrique Meirelles (MDB): 2% (1%)

João Goulart Filho (PPL): 1% (1%)

Branco/nulos: 21%

Não sabe/não respondeu: 7%

Jair Bolsonaro (PSL): 44%

Marina Silva (Rede): 26%

Ciro Gomes (PDT): 20%

Geraldo Alckmin (PSDB): 22%

Fernando Haddad (PT): 23%

Alvaro Dias (Podemos): 13%

Eymael (DC): 14%

Guilherme Boulos (PSOL): 13%

Henrique Meirelles (MDB): 14%

João Amoêdo (Novo): 12%

Cabo Daciolo (Patriota): 14%

Vera (PSTU): 13%

João Goulart Filho (PPL): 11%

Poderia votar em todos: 1%

Não sabe/não respondeu: 10%

Rejeição dos candidatos 

Jair Bolsonaro mostrou resiliência ao oscilar para cima (de 20% para 22%), no limite da margem de erro, após uma rodada de exposição na TV, com sabatinas e entrevistas, e com o início da campanha negativa de adversários contra ele. Também oscilaram para cima, no limite da margem de erro, o tucano Geraldo Alckmin ( 7% para 9%), dono do maior tempo na TV, o petista Fernando Haddad (4% para 6%), provável herdeiro de Lula, e o João Amoêdo (1% para 3%), do liberal Novo, que tem feito uma intensa campanha nas redes. A grande incógnita segue sendo o poder de transferência de votos de Lula para Haddad. 

A expectativa é que o ex-prefeito de São Paulo assuma de vez a candidatura a partir da semana que vem, mirando a possibilidade de crescimento no Nordeste, onde há mais eleitores órfãos do ex-presidente. 
  
Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro, que tem a maior rejeição entre os candidatos (44%) é derrotado em todos os cenários testados, com exceção no qual ele disputa com Haddad, no qual há empate técnico (37% para Bolsonaro X 36% para Haddad). "Não dá para usar as simulações de primeiro turno no segundo turno porque começa tudo de novo", ponderou Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligencia, no canal GloboNews.

A próxima pesquisa nacional, do Datafolha, deve ser divulgada na segunda-feira, 10. O instituto, ligado à Folha de S. Paulo, decidiu cancelar a pesquisa que faria nesta semana porque, originalmente, seu questionário ainda incluía Lula.

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EDIÇÃO BALUARTE

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