quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Assim que Fernando Haddad foi oficializado como o candidato do PT à
presidência, Ciro
Gomes acelerou seu passo rumo aos...
Assim que Fernando Haddad foi oficializado como o candidato do PT à presidência, Ciro Gomes (PDT) acelerou seu passo rumo aos ataques à chapa petista. “O Brasil não aguenta mais outra Dilma”, disse o pedetista nesta quarta-feira em sabatina no jornal O Globo.
Com a frase, ele tenta colar no ex-prefeito paulistano a imagem de poste atribuído à ex-presidenta, que tinha 9% de aprovação quando sofreu o impeachment em 2016. O anúncio de Haddad, feito no dia seguinte aos resultados da última pesquisa Datafolha, devem cristalizar essa estratégia de Ciro Gomes de disputar o voto do eleitorado progressista que está decepcionado com o PT. De acordo com o levantamento, Ciro passou de 10%, no final de agosto, para 13% das intenções de voto agora. Já Haddad, quando ainda não era o candidato oficial mas se mantinha em campanha, passou de 4% para 9%.
Com o segundo lugar da pesquisa embaralhado por quatro candidatos – além de Ciro e Haddad, disputam um espaço no segundo turno Marina Silva (11%) e Geraldo Alckmin (10%) – o pedetista deve correr para abocanhar parte do eleitorado de Marina e outros tantos daqueles que votariam em Lula, mas rejeitam ou não estão 100% seguros sobre a escolha de Haddad.
A estratégia de Ciro, segundo Carlos Lupi, presidente do PDT, é consolidar o pedetista como o candidato da esquerda não-radical, e tentar furar a bolha de disputa entre PT e PSDB, apresentando-o como uma via progressista fora do Partido dos Trabalhadores. “A gente tem feito esse discurso, de que não somos o PT, mas, ao mesmo tempo, não somos antipetistas”, diz Lupi. “Essa é a estratégia desde o início da campanha”.
De fato, Ciro vem mirando no eleitor "constrangido" com o PT,
como ele mesmo define, há algum tempo. Nas ruas, seu discurso se demonstra
afinado com o plano de sua campanha. No início da semana, o candidato afirmou que o PT também
colaborou para a radicalização do Brasil, colocando o Partido de Lula no
lugar da esquerda radical e se posicionando como o candidato mais centrado, quase
um paz e amor, não fosse a fama de seu temperamento explosivo.
“Eu acho que estou demonstrando ao povo brasileiro que eu interpreto o melhor
projeto para o Brasil, e, na política, nossa posição é encerrar essa crônica de confrontação radicalizada que infelizmente o PT também
colaborou para acontecer”,
afirmou, em Mauá (SP).
Nesse cenário de tentativa de rompimento da polarização
entre petistas e tucanos, Paulo Calmon, cientista político
da Universidade de Brasília (UNB), afirma que o pedetista tem se mostrado a
mais provável "terceira via" —posição que Marina Silva (Rede)tenta encarnar desde 2014.
"Ciro talvez seja o candidato mais preparado, se apresenta bem nos debates
e entrevistas e encarna bem o que chama de ala progressista”, diz. “Ele disputa
a preferência
dessa ala provavelmente com o candidato do PT, Haddad, e um pouco menos com
Marina, porque ela de certa forma assumiu uma posição mais
ao centro”,
explica.
Em números, a disputa confirma a teoria de Calmon: o vácuo
deixado por Lula impulsionou tanto Ciro quanto Haddad, dividindo assim, o
eleitorado progressista. Ao que tudo indica, ambos abocanharam parte dos votos
perdidos pela ambientalista da Rede. Dos cinco primeiros colocados, Marina foi
a única
que caiu: de 16% para 11% das intenções de voto, segundo o Datafolha de 10 de setembro. A
mesma pesquisa mostra também que Ciro tem boa votação até entre
os petistas convictos: 18% das pessoas que afirmam ter como partido de preferência o
PT dizem que votariam nele, um número quatro pontos percentuais maior que o
registrado em 22 de agosto —neste
período,
Haddad subiu de 11% para 30% neste segmento.
A aposta de Calmon, portanto, é que o segundo turno seja disputado por um candidato
mais conservador e outro do campo progressista. “Na ala conservadora, Jair Bolsonaro (PSL)até agora tem demonstrado ampla vantagem sobre Alckmin(PSDB),
e na esquerda, a disputa ficaria entre Haddad, Marina e Ciro”, diz. Para ele,
porém,
Ciro larga na frente do petista, não só por já estar em campanha há mais tempo, como também por incorporar melhor a imagem de mudança, já que
Haddad tem, com o PT, o recall da Lava Jato e da crise econômica. “Por outro lado, Haddad tem um eleitorado muito fiel.
Então, a
pergunta é: em que medida ele vai conseguir atrair toda essa
gama de eleitores tradicionais do PT e expandir seu apoio para o segundo turno?”, questiona. “Já Ciro,
apoiado por um partido menor, em que medida vai conseguir se apresentar como
candidato progressista, e, ao mesmo tempo, como alguém que
represente a mudança?”.
Depois que Haddad deixou o posto de vice para ser o titular, a segunda
posição
ainda é um
ponto importante para a decisão do voto. Enquanto o petista leva Manuela d'Ávila
(PCdoB) em sua chapa, uma candidata jovem, que se identifica com as mulheres e
o movimento feminista, Ciro compôs com Kátia Abreu (PDT), próxima do agronegócio e dos ruralistas e polêmica
em relação a
demarcações de
terras indígenas. Para Calmon, esses fatores podem depor contra
a chapa de Ciro ao tentar atrair a confiança da esquerda, mas há outras variáveis que devem ser ponderadas. "É
importante notar que, embora as bases eleitorais de Kátia
Abreu sejam tradicionalmente o agronegócio, ela assumiu uma posição
bastante progressista especialmente em apoio a Dilma na época
do impeachment", diz. "Ela assumiu uma postura bastante crítica
com esse movimento e se identificou muito como mulher. Acho que essas características
não são
capazes de anular a proximidade dela com o agronegócio,
mas se sobressaem".
Assim que Fernando Haddad foi oficializado como o candidato do PT à presidência, Ciro Gomes (PDT) acelerou seu passo rumo aos ataques à chapa petista. “O Brasil não aguenta mais outra Dilma”, disse o pedetista nesta quarta-feira em sabatina no jornal O Globo.
Com a frase, ele tenta colar no ex-prefeito paulistano a imagem de poste atribuído à ex-presidenta, que tinha 9% de aprovação quando sofreu o impeachment em 2016. O anúncio de Haddad, feito no dia seguinte aos resultados da última pesquisa Datafolha, devem cristalizar essa estratégia de Ciro Gomes de disputar o voto do eleitorado progressista que está decepcionado com o PT. De acordo com o levantamento, Ciro passou de 10%, no final de agosto, para 13% das intenções de voto agora. Já Haddad, quando ainda não era o candidato oficial mas se mantinha em campanha, passou de 4% para 9%.
Com o segundo lugar da pesquisa embaralhado por quatro candidatos – além de Ciro e Haddad, disputam um espaço no segundo turno Marina Silva (11%) e Geraldo Alckmin (10%) – o pedetista deve correr para abocanhar parte do eleitorado de Marina e outros tantos daqueles que votariam em Lula, mas rejeitam ou não estão 100% seguros sobre a escolha de Haddad.
Nesse cenário de tentativa de rompimento da polarização
entre petistas e tucanos, Paulo Calmon, cientista político
da Universidade de Brasília, afirma que o pedetista tem se mostrado a
mais provável "terceira via". |
A estratégia de Ciro, segundo Carlos Lupi, presidente do PDT, é consolidar o pedetista como o candidato da esquerda não-radical, e tentar furar a bolha de disputa entre PT e PSDB, apresentando-o como uma via progressista fora do Partido dos Trabalhadores. “A gente tem feito esse discurso, de que não somos o PT, mas, ao mesmo tempo, não somos antipetistas”, diz Lupi. “Essa é a estratégia desde o início da campanha”.
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REPÓRTER MARINA ROSSI, DO EL PAÍS
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