sábado, 21 de julho de 2018

OEA agora quer o fim do Governo de Daniel Ortega

Mário Augusto Jakobskind


A Organização dos Estados Americanos (OEA) se posicionou na Nicarágua sugerindo ao governo que antecipe as eleições para o ano que vem. Com o voto do Brasil, dos Estados Unidos e outros países que seguem sempre a orientação de Washington, a OEA simplesmente se posicionou em conformidade com os defensores internos do fim do governo de Daniel Ortega, reeleito com pouco mais de 70% para um mandato que termina em 2022.

É preciso acompanhar o que acontece na Nicarágua, cujo governo Ortega propôs um diálogo nacional para acabar com a violência no país. Mas o caminho do diálogo foi rejeitado pelos opositores e Ortega enfrenta grupos radicalizados estimulados por setores externos, os mesmos que fizeram de tudo para derrubar na Venezuela o presidente Nicolás Maduro. E agora, a história se repete na Nicarágua também com a OEA adotando a mesma posição, estimulada pelo Secretário Geral da entidade, Luis Almagro, que há tempos perdeu a compostura que deveria ter e se posiciona estimulado pelo governo estadunidense.

A OEA se posicionou pelo fim do governo de Daniel Ortega, reeleito com pouco mais de 70% para um mandato que termina em 2022.
É necessário acompanhar o noticiário da mídia comercial da América Latina sobre a Nicarágua, sobretudo dos órgãos de imprensa associados ao diário das Américas. A prioridade é colocar com destaque o posicionamento dos grupos contrários a Daniel Ortega, sem qualquer chance para o outro lado, ou seja, para os argumentos que colocam em dúvida a verdade da oposição. Quer dizer, até agora prevalece o esquema do pensamento da única verdade, isto é, dos que se opõem a Daniel Ortega.

Na verdade, começa a ficar claro, se é que havia dúvidas a esse respeito, que há um projeto em andamento, com o apoio da OEA, de derrubada de governos que não fazem o jogo dos interesses estadunidenses.

Foi assim na Venezuela, e não deu certo, porque Maduro não foi derrubado e se mantém no poder, apesar das dificuldades que enfrenta resultante das pressões externas desestabilizadoras, capitaneadas pelo governo dos  EUA e com apoio de fantoches como o golpista do Brasil, Michel Temer, que se instalou exatamente graças também ao Departamento de Estado dos EUA.

É por aí que se pode melhor entender os acontecimentos atuais na Nicarágua, cujo presidente constitucional Daniel Ortega não é aceito porque não reza pela cartilha que outros presidentes aceitam passivamente.

Por estas e ainda outras não mencionadas aqui, é que também se pode entender o motivo do noticiário do gênero pensamento único que prevalece sobre a Nicarágua, onde a única verdade propagada é a de que Ortega é um “ditador sanguinário”.
É preciso também exigir que o noticiário sobre a América Latina de um modo geral não continue a seguir o velho esquema do pensamento único, que na verdade deforma a realidade e leva os incautos a seguir de antemão todas as verdades divulgadas pela mídia comercial e até mesmo propagá-las como papagaios.  


Edição de Jaqueline Deister

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