segunda-feira, 11 de junho de 2018

Paralisação será entre 11 e 13 de junho, com ações previstas para todo o país


O Coletivo Nacional dos Eletriciários (CNE) está organizando uma greve dos trabalhadores da Eletrobras entre os dias 11 e 13 de junho em protesto contra a privatização da estatal, planejada pelo governo golpista de Michel Temer (MDB).

Na manhã desta quarta-feira (6), em café da manhã organizado pelo Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (Stiu-DF) em Brasília, representantes dos trabalhadores se reuniram com militantes de movimentos populares de outras áreas para articular uma rede de luta conjunta.

Segundo o movimento, constituído por sindicatos locais e regionais de trabalhadores, a mobilização deverá envolver todos os estados. O sistema Eletrobras é composto de empresas de distribuição, geração e transmissão em todas as regiões do Brasil, além de estar conjugado a estatais estaduais de energia.

Evento em Brasília nesta quarta (6) reuniu diferentes líderes populares para debater defesa da Eletrobras.
Participaram do encontro representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outros.


Ofensiva neoliberal

A venda da estatal é uma das pautas prioritárias da agenda econômica de Temer, e o Planalto tem investido em diversas frentes para agilizar o processo.

Uma delas foi a Medida Provisória (MP) 814/17, que caducou no ultimo dia 1º por não ter sido votada a tempo. O presidente da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Paulo de Tarso, avalia que o vencimento da MP sem aprovação é uma vitória do campo popular, que tem pressionado fortemente os parlamentares.

“A unidade é que nos fortalece. A unidade é que vai fazer frente a esse governo que está usurpando direitos e conquistas da sociedade, acabando com o patrimônio nacional e entregando ao capital estrangeiro”, destaca.

A estatal, no entanto, segue na mira dos golpistas. A Eletrobras também é alvo dos Projetos de Lei (PL) 9463/18, 1917/15, 10332/18 e dos Decretos 9188/17 e 9351/18, todos com conteúdo relacionado à privatização da empresa.

O governo também lançou mão de outras medidas, como o lançamento de um edital do BNDES para contratar serviços auxiliares à privatização, além da edição de uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) que criou grupos de trabalho para prestar apoio técnico a esse processo.


Frentes de resistência

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), representante da bancada da oposição no Congresso no encontro com os eletricitários nesta quarta, aponta que o movimento popular ecoou no Congresso, mas que a pauta ainda exige atenção. 

“Esse trabalho fez com que a base do governo derretesse com relação a essa matéria. Agora, é preciso ter muito cuidado porque o governo não desistiu. Ele apenas está com muita dificuldade de implementar [a venda] porque ele perdeu a narrativa”, enfatiza.

Do lado do campo popular, a militância reforça a mobilização para tentar frear as medidas de privatização da estatal no parlamento.

O dirigente Marco Baratto, do MST, destaca que a bandeira de defesa da Eletrobras envolve temas como a soberania energética do país, a segurança nacional e o acesso a um serviço público de energia de qualidade.

Baratto acrescenta que a venda da empresa tende a repercutir fortemente na vida da população camponesa.

“Vai implicar direto não só no aumento da conta de energia lá na ponta, nos territórios que são [considerados] invisíveis no Brasil, mas também no acesso e na qualidade [do serviço], porque vai estar na mão de grupos empresariais”, ressalta.


As informações são da repórter Cristiane Sampaio

Edição de Diego Sartorato

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