segunda-feira, 2 de abril de 2018

Juíza que julgará caluniadores de Marielle Franco fica indignada com colegas que vazaram comentários de desembargadora caluniadora

A juíza Márcia Hollanda, a quem caberá julgar a ação da família de Marielle Franco contra as ofensas à vereadora assassinada, soltou, num grupo de WhatsApp que reúne magistrados do Rio, uma série de impropérios contra o vazamento de comentários da desembargadora Marília de Castro Neves. 

Marília é administradora do grupo “Magistratura free”. E foi lá, por exemplo, que ela escreveu, sobre a primeira professora com síndrome de Down: “O que será que essa professora ensina a quem? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?”.


Márcia não gostou de ver os comentários nos jornais e TVs. “Acabei de receber uma notícia, com reprodução de conversas confidenciais deste grupo. É impressionante a capacidade de autodestruição desta ‘classe’”.

People gather in the street in Rio de Janeiro to mourn the death of Marielle Franco
Márcia não gostou de ver os comentários nos jornais e TVs.
Diz a juíza: “Espero que os ‘colegas’ que expuseram todos os mais de dois mil juízes que aqui estão sofram mil vezes mais o que o resto sofrerá por causa dessa falta de caráter e canalhice”.

15 dias

Nesta quarta-feira (28), o assassinato de Marielle Franco completou duas semanas. O silêncio oficial sobre este crime que chocou o mundo começa a preocupar diante dos altos níveis de impunidade no país.

Até o momento, não houve prisão nem autores publicamente identificados. As investigações, conduzidas pela Polícia Civil do Rio, ocorrem sob estrito sigilo.

O que se sabe até agora é praticamente o mesmo que quinze dias atrás: que Marielle Franco foi atingida por quatro tiros na cabeça na noite de 14 de março no centro do Rio, quando voltava para casa de carro depois de participar de um evento de mulheres negras.

Treze tiros foram disparados de outro veículo a apenas dois metros de distância e todos foram direcionados para o local onde estava sentada a vereadora de 38 anos do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), embora tenham acabado matando o motorista, Anderson Gomes, e atingindo uma assessora de Marielle.

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EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE

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