domingo, 15 de abril de 2018
Xingamentos, ameaças, uma questão pessoal que
ganhou a esfera pública
Xingamentos, ameaças, uma questão pessoal que
ganhou a esfera pública. Esse é um resumo
das mensagens atribuídas ao
deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) que resultaram na denúncia criminal apresentada
contra ele pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Caberá agora aos
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirem se o deputado responderá como réu ao crime de
ameaça, cuja pena
vai de um a seis meses de detenção e pagamento de multa. O caso será relatado
pelo ministro Luís Roberto
Barroso, considerado hoje um dos mais rigorosos da corte.
Filho do pré-candidato à Presidência pelo
PSL, Jair Bolsonaro, Eduardo é acusado de ter ameaçado, por meio
de celular, a jornalista Patrícia de Oliveira Souza Lélis, sua
ex-assessora, em julho de 2017. A peça enviada pela procuradora-geral ao
Supremo reúne reprodução de conversas
entre os dois no Telegram, aplicativo concorrente do Whatsapp que tem entre
suas principais ferramentas uma que permite a destruição automática das
mensagens conforme período pré-estabelecido.
Embora Eduardo tenha acionado o
dispositivo para que o texto desaparecesse após cinco segundos, Patrícia conseguiu
gravar o diálogo e
entregar uma cópia à polícia. Além de prints (reprodução de imagem)
das conversas , a vítima prestou
depoimento. Raquel Dodge concluiu que a intenção de Eduardo Bolsonaro era, claramente,
impedir a livre manifestação de Patrícia com ameaças.
A desavença pública entre
os dois começou após Eduardo
publicar em seu perfil no Facebook um desabafo a respeito de uma ex-namorada
que, nas palavras dele, trocou roupas recatadas por danças sensuais,
depois de ter rompido com ele para sair com um médico cubano. “Feminismo
é uma doença”, escreveu
o deputado.
Mesmo sem ser citada nominalmente,
Patrícia respondeu
nas redes sociais que viveu uma relação afetiva abusiva com o deputado por
três anos.
Segundo ela, foi depois disso que eles trocaram as seguintes mensagens que
embasaram a denúncia criminal
(veja
a íntegra):
O CF procurou a
assessoria de Eduardo Bolsonaro para ouvi-lo sobre o assunto. Foi enviada uma
nota em defesa do deputado Jair Bolsonaro, alvo
de outra denúncia
ontem. “Mais um dia comum da grande mídia brasileira…..
Por que será?”,
escreveu o filho no Facebook ao reproduzir a foto do pai.
Em julho do ano passado, assim que o
caso veio à tona,
Eduardo disse ser vítima de uma
montagem. “Nunca namorei, saí, beijei ou
segurei na mão dessa
pessoa. Por favor, alguém realmente
acreditou nesse print montado?” “Essa
menina devia ser interditada, já tem uma falsa acusação de estupro
e agora é ela quem está sendo
investigada”, disse em referência à acusação de estupro
contra o também deputado
Marco Feliciano (Podemos-SP) de autoria da jornalista (veja mais sobre o
assunto no fim da reportagem).
No pedido para que a denúncia seja
aceita, Raquel Dodge diz aos ministros que Eduardo Bolsonaro “era
plenamente capaz à época dos
fatos, tinha consciência da
ilicitude e dele exigia-se conduta diversa”. “Relevante
destacar que o denunciado teve a preocupação em não deixar rastro das ameaças dirigidas à vítima
alterando a configuração padrão do
aplicativo Telegram para que as mensagens fossem automaticamente destruídas após 5 (cinco)
segundos depois de enviadas. Não fossem os prints extraídos pela vítima, não haveria
rastros da materialidade do crime de ameaça por ele praticado”,
observou.
Para a procuradora, Eduardo Bolsonaro
tentou desmoralizar Patrícia com
agressões verbais: “A
conduta ainda é
especialmente valorada em razão de o acusado atribuir ofensas pessoais à vítima no
intuito de desmoralizá-la,
desqualificá-la e
intimida-la (‘otária’, ‘abusada’,
‘vai para o inferno’, ‘puta’ e
‘vagabunda’).”
Patrícia Lélis registrou
boletim de ocorrência contra o
deputado por ameaça e injúria na
Delegacia da Mulher de Brasília, em 17 de julho de 2017. Segundo a
jornalista, Eduardo a atacou e a intimidou após ela publicar um texto sobre
feminismo na internet. Em mensagem publicada no dia 11 de julho em seu perfil
pessoal no Facebook, o deputado se referiu a uma “ex-namorada”
sem revelar o nome.
“Eu começo a ‘entender’ a importância da figura
masculina na vida de uma mulher quando minha ex-namorada que já se declara
feminista é vista em uma
balada LGBT acompanhada de um médico cubano, usando uma roupa
vulgar e, como se não bastasse, rebolando até o chão. E ainda
posta isso na internet, como se fosse uma atitude louvável.
Lembrando que antes do feminismo ela andava com roupas discretas, não rebolava até o chão, e namorava
comigo. ;) #FeminismoÉDoença.”
Patrícia, então, respondeu à postagem. “Foram 3 anos e 8 meses em um relacionamento
abusivo. Eu estou percebendo que tudo na vida evolui, menos você”, escreveu a
jornalista. Ela conclui o post pedindo a ele que pare de telefonar e dizer que
está com
saudades.
Irritado com a repercussão do episódio, Eduardo Bolsonaro gravou um vídeo para
dizer que jamais teve qualquer relacionamento com a jovem.
“Procurei a polícia, mostrei
as mensagens de ameaça que
partiram do celular pessoal do Deputado Eduardo Bolsonaro, e registrei o
boletim e ocorrência na
Delegacia da Mulher. Como é de se esperar, logicamente o deputado vai negar,
vai tentar me desmoralizar, pessoas vão vim aqui e vão tentar me
ofender com palavras de baixo calão e afins, mas já deixo claro
a essas pessoas que eu não vou me
calar”, publicou Patrícia, na época, no
Instagram.
Boletim de ocorrência
Na ocasião ela fez um
relato detalhando a queixa que fez contra Bolsonaro junto com uma foto do
boletim de ocorrência e a
reprodução de trechos
do diálogo:
Polêmica com
Feliciano
Desde 2016 a jornalista trava uma
disputa judicial com o também deputado Pastor Marcus Feliciano (Podemos-SP).
Colega de partido de Eduardo Bolsonaro até o início de março, no PSC, o
pastor foi acusado de tentativa de estupro por ela. No ano passado o ministro
Edson Fachin, do Supremo, requisitou para si o processo da Justiça de São Paulo no
qual a jornalista é acusada de
mentir à Polícia Civil e
de extorquir dinheiro de um assessor de Feliciano. Para Fachin, os dois
processos são correlatos.
ISSO É UMA AMEAÇA? ''Eu acabo com a sua vida''.
|
“(Eduardo) Sua otaria! Quem Vc
pensa que é? Tá se achando
demais
Se vc falar mais alguma coisa
Eu acabo com a sua vida
(Patrícia) Isso é uma ameaça?
(Eduardo) Entenda como quiser
Depois reclama
Que apanho (sic)
Vc merece mesmo
Abusada
Tinha que ter apanhado mais
Pra aprender a ficar calada
Mais uma palavra e eu acabo
com vc
Acabo mais ainda com a sua
vida
(Patrícia) Eu estou
gravando
(Eduardo) Foda-se
Ngm vai acreditar em vc
Nunca acreditaram
Somos fortes
Me aguarde
Pois vou falar
Vai para o inferno
Puta
Vc vai se arrepender de ter
nascido
O aviso está dado
Mais uma palavra
E eu vou pessoalmente atrás de vc
Num pode me envergonhar
(Patrícia) Tchau
Vagabunda
(Patrícia)
Resolvemos na justiça
É a melhor
forma
(Eduardo) Enfia a justiça no cú”
Montagem
No pedido para que a denúncia seja aceita, Raquel Dodge diz aos ministros que Eduardo... |
“Feminismo é uma doença”
''Foda-se
Ngm vai acreditar em vc
Nunca acreditaram
Somos fortes
Me aguarde
Pois vou falar
Vai para o inferno
Puta
Vc vai se arrepender de ter
nascido
O aviso está dado
Mais uma palavra
E eu vou pessoalmente atrás de vc
Num pode me envergonhar
(Patrícia) Tchau
Vagabunda''.
|
Segundo ela, depois desse episódio,
seguidores do deputado passaram a hostilizá-la nas redes sociais. Patrícia contou
que só decidiu
procurar a polícia após receber
mensagens ameaçadoras do próprio deputado
pelo celular.
“Olá pessoas.
Infelizmente ainda tenho que
voltar aqui para tratar do assunto ‘Eduardo Bolsonaro’.
Pois é, como
previsto , após a polêmica do dia
11/07/17, voltei a sofrer ataques machistas de haters, e de pessoas
simpatizantes do então deputado, enfim, fascistas
seguidores de Eduardo e sua turma, e como se não bastasse:
Uma ameaça direta do
próprio.
Ocorreram desde Injúrias pelas
redes, ameaças e até perseguições pessoais
em minha academia e local de estudo, que colocaram não só minha
integridade física em risco
,mas que me levaram a sair de Brasília por uns dias.
Como é peculiar aos
políticos
moralistas, ele tentou negar e, sair por cima ,porém, se doeu
tanto, que fez um vídeo resposta! Ocorre que, se nas
postagens públicas o
Deputado agiu como bom moço, desdenhando e negando tudo,
como de costume eles nunca se responsabilizam por nada, e muito menos assumem a
culpa de algo. Porém nas
mensagens privadas o comportamento foi o de sempre: Tentar abafar o caso com
grosserias machistas, injúrias diversas e várias ameaças com o
intuito de tentar me intimidar ou calar minha voz.
Bem, eu já havia dito
que sou forte, livre e que não tenho medo dele e de mais
ninguém. E sim, eu
vou falar ao mundo tudo que uma turma moralista é capaz de
fazer as pessoas.
Quando a denuncia de um abuso
envolvendo um então pastor e
deputado do mesmo partido veio a publico, diversas pessoas me questionaram o
motivo ao qual eu não denunciei logo. Quem fala isso, não tem a noção do quanto é difícil denunciar
um agressor, ainda mais se esse agressor se encontrar “protegido” por pessoas
que os defendem com unhas e dentes, acreditando que realmente são donos da
boa moral.
Porém desta vez,
resolvi agir de forma diferente, pois infelizmente já estou
aprendendo como as coisas funcionam com esse tipo de pessoa. Procurei a polícia, mostrei
as mensagens de ameaça que partiram do celular pessoal do
Deputado Eduardo Bolsonaro, e registrei o boletim e ocorrência na
Delegacia da Mulher.
Como é de se
esperar, logicamente o Deputado vai negar, vai tentar me desmoralizar, pessoas
vão vir aqui e
vão tentar me
ofender com palavras de baixo calão e afins, mas já deixo claro
a essas pessoas que eu não vou me calar.
Como mulher eu afirmo que a
sociedade machista tenta todos os dias desmoralizar o feminismo justamente por
não querer que
as mulheres escolham enfrentar seus agressores e se sintam ameaçadas. Há pouco mais
de um ano eu negava o feminismo e me calei perante um abuso, pensava que não poderia
denunciar um “homem com
poder”. Hoje eu
afirmo que tudo que o feminismo me trouxe foi: liberdade e principalmente
CORAGEM.
Mulheres, não se deixem
ser calar.
Agora, que a polícia
investigue e que e a Justiça seja feita contra todos
aqueles que ainda não entenderam que as mulheres estão cada vez
mais livres e fortes na luta contra todo tipo de machismo.
Na luta contra todo tipo de
machismo e opressão.”
''Enfia a justiça no cú” |
Em junho de 2016, Patrícia Lélis prestou
queixa contra o deputado, acusando-o de tentar abusar dela e agredi-la no
apartamento dele em Brasília. Dois
meses depois, a jornalista procurou a polícia paulista para acusar um assessor
de Feliciano de sequestrá-la e mantê-la em cárcere privado
num hotel de São Paulo. Por
conta dessa acusação, o assessor
do deputado chegou a ser preso, mas depois foi solto. O delegado que cuidava
desse caso na capital paulista concluiu que a jovem mentiu e resolveu indiciá-la por
denunciação caluniosa e
extorsão. Os casos
seguem à espera de um
desfecho no Supremo.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO REPÓRTER EDSON
SARDINHA
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
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FERNANDO ATALAIA CARA A VERGONHA QUE TA ESSE TAL DE MANOEL DO NASCIMENTO E O PROFESSOR SALIS QUE DE PROFESSOR O CARA NÃO TEM NADA SIO RAPAZ ESSE DOIS VEREADOR VIVE PUXANDO O SACO DE LUIS FERNANDO ENGANARAM O POVO DIZENDO QUE IA SER OPOSIÇAO TAO TUDO NOS ESQUEMA FAZ ESSA MATERIA AI MANO SO VC
ResponderExcluirÉ MOISES AQUI DA SEDE AMIGO DE RONALDO