quarta-feira, 14 de março de 2018
23:04
| Postado por
Equipe Baluarte
|
Entre os
financiadores do evento, estão grandes conglomerados que usam a água como principal fonte de renda
As companhias transnacionais e entidades governamentais interessadas na
gestão da água para os próximos anos, se encontram em Brasília, de 18 a 23 de março, na 8ª edição do Fórum Mundial da Água. No entanto, para os movimentos populares
que acompanham a disputa pela água no Brasil, o encontro é, na verdade, uma reunião de organismos internacionais dispostos a
tirar do papel os planos de privatização de um dos bens mais
imprescindíveis à vida humana e aumentar
seus lucros financeiros.
Para Gilberto Cervinski, coordenador nacional do Movimento dos
Atingidos por Barragem, o MAB, é claro o interesse dessas empresas na
mercantilização da água.
"Todos
os grupos econômicos internacionais
que tem interesse em estabelecer a propriedade privada sobre a água estão envolvidos nessa construção do Fórum Mundial da Água. Eles nunca podem dizer que querem estabelecer a
privatização, porque isso não soaria bem na opinião pública. O lema do
encontro deles passa a ideia de compartilhamento da água. E, para eles, o que é o compartilhamento? É pegar a água do povo e partilhar
[o lucro] para as transnacionais".
Para movimentos populares, Fórum Mundial da Água é reunião de companhias que querem privatizar a água para obter lucro |
A Nestlé, uma das principais financiadoras do evento, tem
seu nome recorrentemente relacionado a projetos de privatização da água. Em um vídeo de 2005, Peter
Brabeck-Letmathe, presidente do Conselho de Administração da empresa, afirma que é importante dar “valor de mercado à água”, para que as pessoas possam dar valor ao bem natural.
O tema também voltou a ser destaque nos grandes eventos deste
ano. A gestão privada da água foi debatida nas mesas do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, evento que reúne economistas, empresários e políticos para discutir medidas de fortalecimento do capitalismo, aumento do
lucro das multinacionais e exploração dos trabalhadores. Inclusive, durante o evento, o presidente golpista
Michel Temer se encontrou com principais executivos da Ambev e da Coca-Cola
justamente para falar sobre água.
Edição de Juca Guimarães
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