quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
17:34
| Postado por
Equipe Baluarte
|
Orçamento da Ciência e Tecnologia tem novo
corte: R$ 477 milhões. Entidades afirmam que consequências serão 'catastróficas
para toda a estrutura de pesquisa no Brasil'
O Orçamento nacional de Ciência e Tecnologia,
que já começou o ano 25% menor do que em 2017, deverá encolher mais 10%, por
causa do bloqueio de R$ 16 bilhões do Orçamento federal, anunciado na semana
passada. As consequências serão “catastróficas para toda a estrutura de
pesquisa no País”, segundo entidades científicas.
“A possibilidade de recuperação econômica do
País fica ainda mais comprometida e a qualidade de vida da população
brasileira, em particular na saúde pública, será certamente prejudicada”, diz
uma carta enviada ao presidente Michel Temer na sexta-feira, antes mesmo do
contingenciamento ser confirmado. O documento é assinado pela Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e outras cinco entidades.
O orçamento do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) disponível para investimento em
bolsas e pesquisas será reduzido de R$ 4,5 bilhões para R$ 4 bilhões,
aproximadamente, segundo cálculos da própria pasta. O valor exato do
contingenciamento é de R$ 477 milhões. Outras áreas do governo também têm
sofrido com restrição de verbas.
O orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) disponível para investimento em bolsas e pesquisas será reduzido de R$ 4,5 bilhões para R$ 4 bilhões, aproximadamente. |
“Estamos conversando com o MCTIC para ver
saídas, mas a situação é muito preocupante. Corte de 10% é intolerável”, diz o
diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica, Augusto Gadelha. “O
sistema está tão fragilizado que vai quebrar todo mundo”, afirma o diretor do
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Ronald Shellard. O orçamento inicial,
sem contingenciamento, já era considerado uma “tragédia anunciada” pela
comunidade científica. Considerando a inflação, ele representa menos da metade
do que o MCTIC dispunha para investimento cinco anos atrás.
“É alto o risco de laboratórios de pesquisa
serem fechados, pesquisadores deixarem o País e jovens estudantes abandonarem a
carreira científica”, destaca manifesto assinado por dezenas de organizações. “Enquanto
outros países apostam na ciência e tecnologia como setor prioritário, aqui é
visto como qualquer outro”, diz o presidente da Academia Brasileira de Ciências,
Luiz Davidovich. O MCTIC informou que vai reunir-se nesta terça-feira, 6, para
discutir as consequências do contingenciamento.
As informações são do repórter Herton Escobar,
da Agência Estado
Edição da Agência Baluarte
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