segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
21:31
| Postado por
Equipe Baluarte
|
Bolsa de São Paulo acompanha queda, com
Ibovespa retrocedendo 2,59% e com alta do dólar
O que move o abalo de nervos é a expectativa de que o BC dos EUA acelere a alta de juros no país.
O índice Dow Jones, a principal referência dos
mercados financeiros mundiais, fechou nesta segunda-feira com a maior queda em
pontos de sua história: 1.175 pontos, o que levou embora 4,6% de seu valor. A
volatilidade se apoderou com contundência de Wall Street até o índice a sofrer
durante os últimos momentos da sessão uma queda de até 1.560 pontos, a maior
perda intradia já registrada. O índice acionário S&P 500 caiu 3% e a
Nasdaq, a bolsa das tecnológicas, 2,5%. A Bolsa de São Paulo acompanhou a
queda, com o índice Ibovespa retrocedendo 2,59% e com o real se depreciando
1,12% frente ao dólar.
Para muitos analistas, o ajuste era
inevitável. Depois de anos em que a deflação levou os BCs pelo mundo a usar
armas para combatê-la, agora os preços começam a dar sintomas de recuperação. A
melhora dos salários na primeira economia do mundo, pela primeira vez desde a
crise de 2008, somado ao impacto da reforma fiscal de Donald Trump levam os
investidores a esperar uma alta de juros mais agressiva. Até o momento, Jerome
Powell, que tomou posse no FED, não se pronunciou. Até o momento, o mercado só
está precificando três altas dos juros neste ano, em alinhamento com as
previsões da instituição.
Apesar da volatilidade extrema, os atores dos
mercados asseguram que o sistema funcionou corretamente. A Casa Branca
minimizou o movimento: disse que “os mercados flutuam a curto prazo” e insistiu
que os pilares da economia são sólidos. É precisamente essa solidez que cria
problemas agora para os investidores, porque pode elevar os riscos
inflacionários e obrigar o FED a ir mais rápido.
Os mercados estão de certa maneira viciados no
dinheiro barato injetado pelos BCs mundiais desde 2008. Vêm daí os flancos frágeis
da economia mundial: a forte revalorização da maioria dos ativos e os altos
níveis de endividamento. “No ano 2000, explodiu a bolha das ponto.com. Em 2007
ocorreu o mesmo com as hipotecas de alto risco. E agora nos encontramos em uma
situação de bolha total que está distorcendo a economia”, alertou no ano
passado, Nick Clay, gestor do BNY Mellon.
O que move o abalo de nervos é a expectativa de que o BC dos EUA acelere a alta de juros no país.
Os solavancos já haviam começado na
sexta-feira e, agora, se impõe o temor de que o Federal Reserve, o banco
central norte-americano, suba suas taxas de juros de maneira mais acelerada do
que o inicialmente esperado. A tensão da última semana é comparável à que se
viveu no começo de 2016 ou quando o Reino Unido decidiu abandonar a União
Europeia. Lembra especialmente a crise financeira.
Operadores da Bolsa de Nova York: O índice Dow Jones, a principal referência dos mercados financeiros mundiais, fechou nesta segunda-feira com a maior queda em pontos de sua história: 1.175 pontos. |
A queda de Wall Street foi acompanhada pelas
maiores companhias do mundo. O pânico afetou todos os setores. Não escaparam nem
a petroleiras como a Exxon Mobile ou Chevron nem gigantes do consumo como a Coca-Cola,
ou industriais como a Boeing. Atingiu até mesmo os grandes bancos, entre eles
Goldman Sachs e JP Morgan.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO REPÓRTER SANDRO POZZI,
CORRESPONDENTE DO EL PAÍS EM NOVA YORK
EDIÇÃO DE ANB ONLINE
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