terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Desfecho sangrento aconteceu durante a operação de captura de Óscar
Pérez no oeste de Caracas
O piloto sobrevoou prédios do governo com um helicóptero roubado da polícia em junho do ano passa.
Vários integrantes do grupo liderado pelo ex-policial Óscar Pérez morreram em um confronto com um coletivo – civis armados chavistas – e um comando da Força de Ações Especiais da Polícia Nacional, em que também morreram dois agentes e um militante chavista. Outros cinco membros do grupo foram presos em uma casa na região de El Junquito, no oeste de Caracas. As autoridades ainda não confirmaram o que aconteceu com Pérez, mas fontes extraoficiais afirmam que ele morreu na emboscada. Seu nome se tornou conhecido em junho, quando roubou um helicóptero da polícia e sobrevoou a sede do Supremo Tribunal de Justiça e do Ministério do Interior. Nunca, em 18 anos de chavismo, ocorreu algo parecido na Venezuela.
O ex-inspetor do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc) transmitiu ao vivo através das redes sociais o encarniçado combate. “Não querem que nos entreguemos, literalmente querem nos assassinar. Acabaram de nos dizer”, disse em sua última gravação publicada no Instagram.
Em um primeiro momento, Pérez indicou que
estava negociando sua entrega com as autoridades, mas o desenlace foi
sangrento. O Ministério das Relações Interiores, Justiça e Paz confirmou a
morte de vários membros da organização liderada pelo rebelde, dois policiais e
um militante do coletivo chavista Três Raízes. No confronto também ficaram
“gravemente” feridos cinco oficiais e ocorreram cinco prisões. “Os terroristas,
que estavam fortemente equipados com armamento de alto calibre, abriram fogo
contra os funcionários encarregados de sua captura e tentaram explodir um
veículo carregado de explosivos... nossas forças foram atacadas à traição pelo
grupo quando estavam sendo negociadas as condições para sua entrega e prisão”,
diz um comunicado.
O ex-policial havia se transformado em um objetivo do Governo da Venezuela desde 27 de junho, em meio à onda de protestos da oposição. Ele roubou um helicóptero para atacar com granadas e tiros a sede do Supremo Tribunal de Justiça, no centro de Caracas. Com uniforme de camuflagem, e às vezes armado, fez aparições surpresa em algumas manifestações antigovernamentais do ano passado. Isso o transformou em um dos homens mais procurados da Venezuela. Sua foto foi distribuída nos aeroportos do país, pedindo colaboração para sua captura.
O Governo o acusou de terrorismo e de
receber fundos dos Estados Unidos. Maduro, em sua mensagem anual na chavista
Assembleia Constituinte, qualificou de “aterrorizantes” os supostos planos do
grupo do ex-policial para “desestabilizar” o Governo nesse ano. “Qualquer
pessoa que entrar no caminho do terrorismo terá uma resposta oportuna da Força
Armada Nacional Bolivariana... Somos um Estado de Direito, de justiça, que
respeita os direitos humanos... Há um império, uma oligarquia colombiana, que
quer destruir esse país de qualquer forma”, afirmou.
O piloto sobrevoou prédios do governo com um helicóptero roubado da polícia em junho do ano passa.
Vários integrantes do grupo liderado pelo ex-policial Óscar Pérez morreram em um confronto com um coletivo – civis armados chavistas – e um comando da Força de Ações Especiais da Polícia Nacional, em que também morreram dois agentes e um militante chavista. Outros cinco membros do grupo foram presos em uma casa na região de El Junquito, no oeste de Caracas. As autoridades ainda não confirmaram o que aconteceu com Pérez, mas fontes extraoficiais afirmam que ele morreu na emboscada. Seu nome se tornou conhecido em junho, quando roubou um helicóptero da polícia e sobrevoou a sede do Supremo Tribunal de Justiça e do Ministério do Interior. Nunca, em 18 anos de chavismo, ocorreu algo parecido na Venezuela.
O ex-inspetor do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc) transmitiu ao vivo através das redes sociais o encarniçado combate. “Não querem que nos entreguemos, literalmente querem nos assassinar. Acabaram de nos dizer”, disse em sua última gravação publicada no Instagram.
Imagem de um vídeo no Instagram publicado por Óscar Pérez na segunda-feira. |
O ex-policial havia se transformado em um objetivo do Governo da Venezuela desde 27 de junho, em meio à onda de protestos da oposição. Ele roubou um helicóptero para atacar com granadas e tiros a sede do Supremo Tribunal de Justiça, no centro de Caracas. Com uniforme de camuflagem, e às vezes armado, fez aparições surpresa em algumas manifestações antigovernamentais do ano passado. Isso o transformou em um dos homens mais procurados da Venezuela. Sua foto foi distribuída nos aeroportos do país, pedindo colaboração para sua captura.
O Governo também o acusa do ataque, em
dezembro, a um destacamento militar em que supostamente roubou armamento. Pérez
fez parte da equipe da brigada de ações especiais da polícia científica
venezuelana e atuou no filme Muerte Suspendida, produzido pela
instituição.
Ele e seus seguidores estavam
entrincheirados em El Junquito, quando foram descobertos. Foi então que começou
a se transmitir o sangrento combate que ficou registrado nas redes sociais.
“Temos feridos e continuam atirando na gente! Vamos nos entregar, parem de
atirar, aqui há civis! Não querem que nos entreguemos, querem nos assassinar.
Estamos negociando nossa rendição”, diz Pérez no vídeo com o rosto coberto de
sangue e um fuzil nas mãos.
Na sexta-feira, Pérez foi entrevistado na
rede de televisão CNN, em espanhol. “A única ajuda monetária que temos é de
familiares e amigos. Se Maduro fala (da intervenção de) Miami, fala
especificamente de colaboradores que estão no exílio graças à perseguição
criminosa do regime”, esclareceu sobre o financiamento de seu movimento
autodenominado Equilíbrio Nacional pela Venezuela.
O Ministério das Relações Interiores e
Justiça prometeu continuar com a perseguição aos “terroristas”. María Iris
Valera, ministra de Serviços Penitenciários, exigiu a captura de Miguel
Rodríguez Torres, ex-titular da pasta de Justiça e dissidente do chavismo, após
acusá-lo de ser o mentor de Pérez.
As informações são dos repórter Maolis
Castro e Florantonia Singer, do El País
Edição de ANB
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