sábado, 9 de dezembro de 2017
Articulador do governo, ministro Imbassahy pede demissão


O ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, entregou nesta sexta-feira (8) sua carta de demissão ao presidente Michel Temer. O tucano vai reassumir seu mandato como deputado federal pelo PSDB da Bahia

A saída de Imbassahy do governo acontece na véspera da Executiva Nacional do PSDB, que vai escolher neste sábado (9) o governador Geraldo Alckmin (SP) como o novo presidente do partido.
Nas últimas semanas, diante da pressão de partidos da base aliada que compõem o "Centrão", rumores davam conta de que o tucano deixaria o governo e o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) assumiria a pasta. No último dia 22, contudo, Temer negou a informação e afirmou que Imbassahy permaneceria.

“Agora, senhor presidente, novas circunstâncias se impõem no horizonte. Agradeço ao meu partido, o PSDB, que entendeu que, após tarbalhar pelo impeachment [da ex-presidente Dilma Rousseff], e por coerência com a sua história, não poderia se omitir nesse processo de recuperação do país”, disse, na carta. O nome do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) já circula no Palácio do Planalto como provável substituto na Secretaria de Governo. A escolha, no entanto, ainda não é oficial. Marun tem sido um dos principais articuladores de Temer na Câmara dos Deputados.

Resultado de imagem para Antônio Imbassahy
Antônio Imbassahy tomou posse em fevereiro na cota do PSDB no governo.

Imbassahy também cita na carta a reforma da Previdência, afirmando que o governo precisa do apoio do Congresso para avançar no tema. Com sua saída do governo, ele retoma sua vaga na Câmara dos Deputados.

O presidente Michel Temer aceitou o pedido do agora ex-ministro. Em carta de resposta ao pedido de exoneração, Temer afirma que é grato pelo que Imbassahy fez pelo governo e pelo país. O presidente também ressalta que o ministro foi fundamental para ajudar o governo a atravessar “momentos delicados”. Temer destaca a amizade que tem com ele e afirma que O tucano continuará a defender os interesses do país no Congresso.

“Sou-lhe grato. Pelo que fez pelo nosso governo e pelo país. Os momentos difíceis a que você alude na carta foram enfrentados todos por mim, mas com seu apoio permanente. […] O meu prazer por tê-lo tido como companheiro de jornada foi duplo: primeiro, pelas razões a que já aludi, mas em segundo lugar, e não menos importante, pela amizade fraternal que surgiu ao longo desse fértil período de convivência. […] Sei que, no Parlamento, continuará a defender os interesses do Brasil”, respondeu o presidente.

PSDB

O PSDB já tem sinalizado que pode deixar a base do governo Temer, mas ainda não houve formalização. Diante de declarações de tucanos, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, chegou a confirmar a saída dos tucanos da base na semana passada. “O PSDB não está mais na base de sustentação do governo”, disse, em entrevista a jornalistas no final de novembro. “O PSDB tem interesses políticos que está procurando preservar. O presidente Michel Temer tem a responsabilidade de governar e preservar sua base de sustentação”, afirmou.

Imbassahy é o segundo tucano a deixar o governo. Antes, Bruno Araújo pediu demissão do cargo de ministro das Cidades em meio a rumores sobre uma possível reforma ministerial que envolveria a saída de integrantes do PSDB da equipe de governo. Único tucano ainda no governo, o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, negou que o partido tenha rompido com o governo.
“O que disse o ministro Padilha é que o PSDB não faz parte da base de governo. O PSDB apoia o programa do governo, o PSDB não rompeu com o governo. Participação no governo ou não é uma questão do presidente”, disse.

Neste sábado (9), o PSDB se reúne, em Brasília, para eleger o novo presidente e os membros da Executiva do partido. Durante a Convenção, há a expectativa para uma definição sobre a permanência ou não da legenda na base do governo.


Do JB, com Agência Brasil
Edição da Agência Baluarte 

0 comentários:

Postar um comentário