sábado, 18 de novembro de 2017

Hospital de Câncer do Maranhão realiza mutirão de consultas com foco no Novembro Azul

“Constrangimento e preconceito não salvam a vida de ninguém!”. A frase do porteiro Ronaldo Oliveira, de 44 anos, é um alerta para todos os homens. Acostumado a ver pessoas em tratamento de câncer todo dia no Hospital de Câncer do Maranhão, onde trabalha, ele possui histórico familiar de câncer de próstata, o que o coloca no grupo de risco. Neste sábado (18), o porteiro participou do mutirão de consultas com foco na Campanha Novembro Azul.

Cerca de 100 homens passaram por consultas urológicas e receberam orientação sobre prevenção e cuidados com a saúde do homem no Hospital de Câncer do Maranhão (antigo Hospital Geral). A iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES) propõe a prevenção e o combate ao câncer de próstata, de pênis e doenças crônicas não transmissíveis.


“Se eu tenho a oportunidade de prevenir, não tenho porque arriscar. Vejo o sofrimento de pacientes todo dia e não quero correr o risco, até porque tenho um tio que teve a doença”, disse Ronaldo Oliveira.


Nas consultas realizadas no ambulatório do Hospital de Câncer, os médicos ouviam os pacientes e prescreviam os exames de triagem (PSA e ultrassom de próstata), com eles em mãos, eles farão o retorno, no qual será feito o exame de toque retal. Aqueles cuja doença se confirmar serão encaminhados para tratamento na unidade, que é referência no tratamento da doença no estado.


Preconceito

O carpinteiro José André dos Santos, de 64 anos, esperou sentir dores para procurar um médico. Ele tem sentido incômodos ao urinar. “Não sentia nada, mas com o avanço da idade comecei a sentir. Sei que estou errado e me arrependo de não ter vindo antes, mas espero não ser nada demais”, comentou.

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Cerca de 100 homens passaram por consultas urológicas e receberam orientação sobre prevenção e cuidados com a saúde do homem no Hospital de Câncer do Maranhão (antigo Hospital Geral). A iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES) propõe a prevenção e o combate ao câncer de próstata, de pênis e doenças crônicas não transmissíveis.
O carpinteiro, explicou o urologista Elimilson Brandão, está no grupo de risco. “Homens com histórico da doença na família devem começar a prevenção aos 45 anos, nos demais homens as consultas devem ter início aos 50 anos”, esclareceu. 
 
Segundo o médico, campanhas como o Novembro Azul têm ajudado bastante na divulgação da importância de buscar ajuda médica preventivamente. “Percebi nos últimos anos que aumentou a procura por consultas devido o acesso à informação, mas ainda estamos longe do ideal. Muitos ainda se recusam a fazer o exame de toque retal, por exemplo”, comentou.

Quem não quer dar chance para a doença é o eletricista Domingos Marques, de 53 anos. Com a consulta no mutirão, foi a quarta vez que passou pelo urologista. “Meu pai ia operar de próstata, mas morreu antes. Isso há 22 anos. Nós homens temos a obrigação de nos consultar. Mas sei que não é todo homem que pensa assim. Ainda existe muito preconceito. Tenho um vizinho que diz que prefere ter a doença. Eu prefiro a vida do que a morte”, afirmou.


O mutirão deste sábado integra uma série de ações voltadas à saúde do homem feita pelo Hospital de Câncer, unidade da rede da SES. Na sexta-feira (17), um mutirão realizou cerca de 10 procedimentos cirúrgicos no local. “Durante todo o mês, vamos distribuir panfletos e passar em todos os setores informando sobre a importância de fazer os exames de rotina não só em novembro, mas todo o ano”, destacou Ianne Diniz, coordenadora do ambulatório do Hospital de Câncer do Maranhão.


De janeiro a outubro deste ano, o hospital realizou 80 cirurgias de próstata e outros 23 procedimentos cirúrgicos envolvendo o câncer de pênis, 11 casos a mais que no ano anterior.

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