quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Investigação da PF aponta que Cabral financiou montagem de dossiês contra Bretas

Ex-governador teria um fundo milionário para financiar devassa na vida dos integrantes da Lava Jato.

Uma investigação sigilosa da Polícia Federal aponta que o ex-governador Sérgio Cabral, mesmo dentro do presídio, estaria financiando a montagem de dossiês contra o juiz da 7ª Vara Federal Marcelo Bretas. A informação teria partido de dentro do presídio onde Sérgio Cabral está preso, em Benfica, na Zona Norte do Rio. A investigação aponta ainda que o ex-governador teria um fundo milionário para financiar uma devassa na vida dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Rio. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (8), pela da TV Globo. No dia 31 de outubro, o JB já havia feito o alerta, em editorial:

Se o juiz pergunta sobre crimes, e o criminoso diz que ele conhece o assunto, está chamando o juiz de criminoso. Não é uma insinuação. Não é só uma ameaça de quem está fazendo um levantamento contra os que os estão julgando, talvez até usando zelosos prestadores de serviço que faziam a sua segurança para, aqui fora, voltar a prestar serviços para inibir ou chantagear quem julga.

>> Veja o editorial na íntegra: Afronta ao juiz

De acordo com a apuração da polícia, o grupo comandado por Cabral teria acessado registros de ocorrência em três delegacias: 22ª DP, 35ª DP e 105ª DP. Todos os acessos foram feitos depois que Cabral já tinha sido preso, em novembro do ano passado.

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CABRALIZANDO A polícia já identificou em nome de quais funcionários os acessos foram feitos. Segundo a investigação, seis dias depois de o ex-governador receber a sentença na Operação Calicute houve oito acessos para pesquisar registros de ocorrência sobre Bretas e...
A polícia já identificou em nome de quais funcionários os acessos foram feitos. Segundo a investigação, seis dias depois de o ex-governador receber a sentença na Operação Calicute houve oito acessos para pesquisar registros de ocorrência sobre Bretas e a mulher dele, que também é juíza.
A Polícia Federal ainda apura de onde vem o dinheiro para financiar a montagem de dossiês, quem está envolvido e qual é o objetivo do ex-governador. A equipe da Lava Jato no Rio está com a segurança reforçada desde que as investigações começaram.

Interrogatório

Cabral será interrogado nesta quarta-feira (8) por Bretas, da 7ª Vara Federal, duas semanas após as discussões que acabaram culminando com o pedido de transferência de Cabral para um presídio federal. A transferência acabou suspensa por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

O interrogatório desta quarta-feira diz respeito à Operação Fatura Exposta, que apura desvios na Saúde. Além de Sérgio Cabral serão ouvidos os operadores Carlos Miranda e Luiz Carlos Bezerra, seu ex-subsecretário Cesar Romero Vianna Junior e seu ex-secretário Sérgio Côrtes.

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O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal: devassa patrocinada por milhões de ex-governador condenado. 
Também vão ser ouvidos os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita. Fornecedores de próteses, os dois teriam sido beneficiados em contratos de dinheiro público que foi desviado. De 2006 a 2017, grupo teria desviado R$ 300 milhões.

Cinema VIP

Na semana passada, o Ministério Público também descobriu que seria instalado um "cinema" VIP no presídio onde o ex-governador está - Cadeia Pública José Frederico Marques. Inicialmente as informações eram de que os equipamentos teriam sido doados por uma igreja, mas a própria igreja negou e afirmou que Cabral havia pedido aos pastores que assinassem um termo de doação falso. A instalação do cinema acabou cancelada.

Transferência

Durante o interrogatório no qual Bretas e Cabral se desentenderam, o ex-governador afirmou que a denúncia contra ele era "um roteiro mal feito de corta e cola". Ele fez a insinuação sobre o suposto negócio do ramo de bijuterias da família de Bretas após as primeiras perguntas feitas a ele sobre a denúncia de compra de joias com dinheiro de propina. O ex-governador ainda chegou a dizer que Bretas falava dele de maneira "desdenhosa". "Aqui não há desdém", rebateu o juiz.

"Comprei joias com fruto de caixa dois, não foi de propina. Meu governo não foi organização criminosa. Mudou a vida de milhões de brasileiros que moram no Rio. Não me sinto chefe de organização criminosa nenhuma. Eu estou sendo injustiçado. O senhor está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal, e me fazendo um calvário, claramente", disse o ex-governador.

Cabral afirmou que os empreiteiros não pagavam propina. “Não é verdade que empreiteiro dê dinheiro antecipado por qualquer coisa. Fiz a campanha 2006 e sobraram recursos de campanha. O dinheiro que Carioca me deu não tinha vínculo com obras”. O ex-governador afirmou ainda que o seu erro foi o caixa dois. Cabral chegou a chorar ao dizer novamente que as mudanças de financiamento de campanha são prejudiciais à política. “Por mais que tenha me exasperado com o senhor [Bretas] aqui, por mais que ache injustiça o que o MP faz, que fique indignado com as matérias que saem nos jornais, prefiro muito mais ser acusado num sistema democrático, ser massacrado, do que um sistema autoritário”, disse.


AS INFORMAÇÕES SÃO DO JB
EDIÇÃO DE FERNANDO ATALLAIA

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