domingo, 6 de agosto de 2017

América Latina

Comitê considera arbitrária e ilegal suspensão da Venezuela do Mercosul

Em nota, movimentos e partidos repudiam "a atitude do governo golpista do Brasil"

Em nota divulgada neste domingo (6), o Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela classificou como "arbitrária e ilegal" a suspensão do país vizinho do Mercosul. A medida foi tomada ontem (5) em reunião com representantes do governo do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Para as organizações integrantes do Comitê, essa é mais uma tentativa de desestabilização da Venezuela.
Confira abaixo a íntegra da nota:

Nota sobre a suspensão da Venezuela do Mercosul

Mais uma vez, as organizações dos movimentos sociais , partidos políticos progressistas, lideranças e ativistas dos mais diversos setores reunidos no Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela, são chamados a se manifestar sobre o cerco, a intentona golpista e a ameaça de intervenção estrangeira que pesam sobre o país irmão.

Desta feita para rechaçar a decisão dos chanceleres de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, tomada em reunião neste sábado (5), de suspender a Venezuela do Mercosul. 

Votação para assembleia constituinte ocorreu no último domingo (30) em meio à convocatória da oposição por boicote.
A decisão é arbitrária e ilegal. Fere não somente o Protocolo de Ushuaia invocado para a fundamentar, como também os princípios do direito internacional. A Venezuela, como já declarou reiteradamente sua Chancelaria e a prática o demonstra, aderiu sem restrições a todas as normas do bloco. Ao eleger a Assembleia Nacional Constituinte não feriu a cláusula democrática do Mercosul. Ao contrário, busca com a criação deste órgão de poder popular, fortalecer suas instituições democráticas, para, por meio do diálogo, promover a paz e a estabilidade política.

Repudiamos a atitude do governo golpista do Brasil, patrocinador e organizador da reunião dos quatro chanceleres, num ato que desonra as tradições democráticas de nosso povo, a diplomacia do país e a Constituição Federal, que consagra como princípios de política externa o respeito à autodeterminação dos povos e a não intervenção nos assuntos internos de outro país.

Conclamamos os movimentos sociais e as forças democráticas e progressistas do país a se manterem alertas e mobilizadas para se opor às graves tentativas de provocar a desestabilização da Venezuela, que acarretaria graves consequências para toda a região.
 

São Paulo, 6 de agosto de 2017.


Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela

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