quarta-feira, 26 de abril de 2017
POESIA SEMPRE!
Leia na íntegra o poema ‘Cruéis’ da obra inédita Ode Triste para Amores Inacabados , de autoria do poeta e escritor ribamarense  Fernando Atallaia 


Cruéis


Somos cruéis uns com os outros

Evitando na correnteza afundar de vez

Somos cruéis da alma à tez muitas vezes

Em muitos rostos



Empurrando uns aos outros ao precipício

Covardes sem voz fazendo das vozes alheias a nossa

Somos cruéis com quem possa agora mais tarde no talvez

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Cruéis no jantar insanos no amor

Apunhalando pelas costas o ser amado

Despejando sofrimento dor nas peles dos que só querem de nós atenção

Somos cruéis pela manhã e nos segundos vãos

Na tarde quente, frios baldes d’água



Arde a consciência no pensamento perturbado

De tanto sermos cruéis com quem dorme tranquilamente ao lado

Dias que anoitecem na não claridade

Cruéis aqui e além dos assoalhos

Resultado de imagem para amantes crueis

Somos estes de hoje e muitos outros na máscara entre os pães postos à mesa
Nossa frieza quebrando Antártidas ao meio seguimos cruéis tanto quanto tácitos

Ao  amargo das poucas ralas sobremesas  



É por dentro  o que  esparge em leveza apenas pura crueldade

O que anda conosco nos olhos fingidos ao riso alegre

O que não passa de um espírito na penumbra transitando em silêncio  

Sem paz à vontade ao deletério

Sem norte  sentido  na saga  enganando  a todos e a si mesmo

Na alma breve ao gozo estéril

Cruéis da janela ao crepúsculo vermelho 


Resultado de imagem para amantes crueis

Somos cruéis
Dos pés às mãos calmosas 

Amando pela metade a todas as metades das bocas lançadas ao esquecimento

Insatisfeitas perdidas lamuriosas ao vento



Como somos todos tão cruéis e por toda estrada

No pouco ou mais da existência

No muito ou pouco de nossa reles caminhada

Amantes de um só um beijo

Enamorados de tantos e tantas vidas solitárias

Cruéis do chá das seis  ao vinho torpe barato

Resultado de imagem para amantes crueis

Cruéis sempre no vestir do olhar alheio
No porvir dos mínimos e milhões sem fôlego, carícias

Nos milhares de restos de delicias

Nas delicias  sovinadas a cada pelo



Cruéis e somos muitos

Muitos todos

Fartos parcos rebeldes ricos miseráveis

Abundantes sedentos opacos

Todos num só

Sós entre todos

Mas aqui no poente

Ali no inefável

Eternamente

Definitivamente

Cruéis.

2 comentários:

  1. De tirar o Folego
    Beijosas e Lambidas hahahahhahaha

    Cassia-Pitagoras

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  2. Somos cruéis com os outros, e principalmente com nós mesmos. Sem o hábito da reflexão, a nossa crueldade cresce e nos acompanha até que o lapso caía sobre nossas cabeças. Muitas vezes, é preciso sofrermos algum tipo de crueldade para nos darmos conta do quanto já fomos ou/e somos cruéis. Cada ato merece uma reflexão.
    Atallaia, mais uma vez você arrasou. Excelente poema, parabéns.

    ResponderExcluir


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