sábado, 10 de dezembro de 2016
Esquema para aprovar 14 MPs custou R$ 17 milhões, afirma delator
Cláudio Melo Filho detalhou como atuava dentro do Congresso.
O ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Filho, revelou, em delação feita à Operação Lava-Jato, como atuou dentro do Congresso Nacional para que os interesses da empresa fossem atendidos por medidas provisórias (MP) e projetos de lei.
Ao todo, foram pagos mais de R$ 17 milhões a
parlamentares em troca de apoio na aprovação de matérias e inclusão de
emendas que favoreciam a Odebrecht. Cláudio Filho cita 14 MPs e projetos
que teriam sido influenciados.
O principal interlocutor do ex-diretor no Legislativo era o senador Romero Jucá, mas ele relata ter realizado pagamentos também para Renan Calheiros, Rodrigo Maia, Lúcio Vieira Lima, Eunício Oliveira e Delcídio do Amaral.
Segundo a
delação, narrada por Cláudio Filho em 82 páginas, a primeira negociação
de que fez parte foi em relação à MP 252, conhecida como MP do Bem e que
criava incentivos fiscais para incrementar exportações.
O ex-diretor pediu ao então deputado (hoje ex-ministro do governo Temer) Geddel Vieira Lima para que apresentasse uma emenda que atendesse ao pleito da Odebrecht. A empresa queria incluir no projeto um artigo que alterava a forma de incidência de PIS/Cofins. Relator da medida, Jucá conseguiu aprovar a emenda e recebeu, em troca, pagamento “a pretexto de campanha” eleitoral em 2006.
Uma das maiores
articulações, no entanto, foi em relação ao projeto de resolução do
Senado Federal (PRS) nº 72/2010, que reduzia e uniformizava a alíquota
de importação do ICMS de operações interestaduais para acabar com a
chamada “guerra dos portos”.
O próprio Marcelo Odebrecht levou a questão da guerra dos portos ao então ministro da Fazenda, Guido Mantega, que teria dito que a equipe econômica estava mobilizada para resolver o problema.
Coube à Jucá apresentar um projeto de lei que zerava as alíquotas de
ICMS para esse tipo de operação. O projeto só foi votado dois anos
depois, em 2012.
À época, o senador teria solicitado “apoio financeiro” e recebeu cerca de R$ 4 milhões. Segundo Filho, Jucá teria dito que os recursos não seriam apenas para ele, “mas também, como já havia ocorrido em outras oportunidades, para Renan Calheiros”, segundo trecho da delação.
A empresa também pagou R$ 500 mil a Delcídio do
Amaral que teria reclamado não ter “recebido muita atenção” da
Odebrecht por seus esforços na aprovação do PRS 72/2010.
R$ 7 MILHÕES PARA O PMDB
A empresa ainda pagou mais de R$ 7 milhões pela aprovação, “sem percalços” da MP 613/2013. A primeira tratava de incentivos fiscais à produção de etanol e à indústria química. Durante o trâmite da medida, Jucá teria procurado Cláudio Filho para pedir apoio financeiro “destinados a membros do PMDB no Senado”.
“Ficou claro na
oportunidade que esses pagamentos seriam contrapartidas solicitadas pelo
parlamentar para que, mediante a sua atuação e a dos parlamentares já
referidos, a aprovação da MP 613 efetivamente ocorresse sem percalços”,
diz a delação.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO G1
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
Cláudio Melo Filho detalhou como atuava dentro do Congresso.
O ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Filho, revelou, em delação feita à Operação Lava-Jato, como atuou dentro do Congresso Nacional para que os interesses da empresa fossem atendidos por medidas provisórias (MP) e projetos de lei.
A DONA DO BRASIL Esquema para aprovar 14 MPs custou R$ 17 milhões, afirma... |
O principal interlocutor do ex-diretor no Legislativo era o senador Romero Jucá, mas ele relata ter realizado pagamentos também para Renan Calheiros, Rodrigo Maia, Lúcio Vieira Lima, Eunício Oliveira e Delcídio do Amaral.
Pagamentos também para Renan Calheiros(foto). |
O ex-diretor pediu ao então deputado (hoje ex-ministro do governo Temer) Geddel Vieira Lima para que apresentasse uma emenda que atendesse ao pleito da Odebrecht. A empresa queria incluir no projeto um artigo que alterava a forma de incidência de PIS/Cofins. Relator da medida, Jucá conseguiu aprovar a emenda e recebeu, em troca, pagamento “a pretexto de campanha” eleitoral em 2006.
LISTA SEGUE Pagamentos a Rodrigo Maia. |
O próprio Marcelo Odebrecht levou a questão da guerra dos portos ao então ministro da Fazenda, Guido Mantega, que teria dito que a equipe econômica estava mobilizada para resolver o problema.
Ele relata ter realizado pagamentos para Lúcio Vieira Lima. |
À época, o senador teria solicitado “apoio financeiro” e recebeu cerca de R$ 4 milhões. Segundo Filho, Jucá teria dito que os recursos não seriam apenas para ele, “mas também, como já havia ocorrido em outras oportunidades, para Renan Calheiros”, segundo trecho da delação.
Ao todo, foram pagos mais de R$ 17 milhões a parlamentares como Eunício Oliveira(foto). |
R$ 7 MILHÕES PARA O PMDB
A empresa ainda pagou mais de R$ 7 milhões pela aprovação, “sem percalços” da MP 613/2013. A primeira tratava de incentivos fiscais à produção de etanol e à indústria química. Durante o trâmite da medida, Jucá teria procurado Cláudio Filho para pedir apoio financeiro “destinados a membros do PMDB no Senado”.
O PERSUASOR Romero Jucá era o principal interlocutor do ex-diretor no... |
AS INFORMAÇÕES SÃO DO G1
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