quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
POESIA SEMPRE!
Conchas à beira-mar contorcendo-se às algas
Leia o poema ‘Submarinas’
da obra inédita Das Crepusculares de autoria do poeta e jornalista maranhense
Fernando Atallaia
Submarinas
Para Tânia Russof
Conchas à beira-mar contorcendo-se às algas
Saltando terra por olhos d’água
nos ralos meandros de caule
Baixa Maresia
Não é de todo a poesia,
mas o frêmito da sereia se erigiu nas queixosas Praias
Recifes atormentados clamam
inclinados por escamas de leite
E os peixes que servem a
angústia em pratos de lua?
Agarrochadas quais rãs se
vão elas nos vãos
As submarinas submersas Tétis
dos titubeantes barcos
Pradarias que surgem entreúnas
no calhau perpassado
A atriz pornô Tânia Russof: homenageada pela poética Atallaiana. |
Mar impreciso, pedras gotejantes?
Senão nas abissais de Cronos
dormem elas sossegadas até o sangrar dos Vulcões
As partes de olhos vivos nas
oceânidas
Astrolábios aquecidos por eternidades no etéreo
E o que faz ela prolongada?
O que faz ela prometida aos
lagos?
Essas têmporas de manhãs
guardam frutos de sal
Existência nua- homens às inquietações
Areia escassa rodopiando
entre os dedos?
A bem-aventurança
de uma ave solta ao esquecimento
Um busto no tempo derramado
E ela busca suaves mundos nos azuis ensandecidos
Pois que a vida roga no presente a contração das imagéticas retinas
Palavra trespassada
Sonho, lascívia, líquidos corais
Esbaldada dos longos partos
a ninfa de Ponto anseia ser agora apenas água
Nada mais que o molhar das
rochas no bater desesperado
Nada mais que o(...)
Fernando Atallaia, São
José de Ribamar, Março de 2012
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Entre rochas, pedras, mares e olhares.Nota 10, excelente poema Fernando Atallaia, parabéns.
ResponderExcluirEsse cara viaja , tu é muito bom fernando atalaia parabéns cara muito bom mesmo
ResponderExcluirDiego
Fernando Atallaia exala conhecimento da alma feminina, com todas as suas peculiaridades... Um misto equilibrado de dor e prazer. Enxerga e sente a essência dos gestos, desejos e realizações do universo feminino, através dos olhos de quem realmente sabe ver. Infelizmente, muitas vezes o que nos resta é "nada mais que o molhar das rochas no olhar das águas. Nada mais" de tanto que nos damos sem receber!
ResponderExcluirSurrealista tooooodo , ao mesmo tempo concreto rsrsrs lindooo:uma maneira única de falar de amor e das mulheres. Parabens Fernando, achei GENIAL!!!
ResponderExcluirClaudia Santana- IESF
A este tipo de poema não cabem análises literárias nem apreciações técnicas. Cabe, sim, avaliar o impacto e a impressão que ele causa ao leitor, e como cada leitor pode ser atingido por uma emoção diferente, inútil e debater se ele cumpriu com a finalidade do autor. A mim o poema disse da ausência da homenageada, do seu desaparecimento das telas numa aposentadoria forçosamente jovem. Ou seja, "Adeus, Tânia Russof"!
ResponderExcluirParabéns!
ResponderExcluirBem feito! Ecoa nossas praias, lendas paisagens. Se viaja para cada lugar inesperado. Parabéns!
ResponderExcluirBelo jogo de imagens produzido por um bom uso das palavras. Encadeamento e musicalidade, formam um ótimo prosipoema. Parabéns!
ResponderExcluirConhecimento incontestável da alma e do fascínio das mulheres, chama-se, Fernando Atallaia... De um vasto conhecimento literário, sabe equilibrar muito bem todo o contexto feminino... É um conhecedor inigualável da mulher, em toda a sua essência!!!... Este poema é rico em detalhes impactantes diferenciados!... À mim, como mulher, me sinto muito lisonjeada em conhecer o autor desse poema, mas primordialmente, PELO POEMA "SUBMARINAS"... MARAVILHOSO!!!...
ResponderExcluirEle nos abrilhanta com seu talento impecável, Atallaia é um artista competente de espírito indomável. Obrigada por nos conceder a honra de sua existência! :)
ResponderExcluirShow,meu amigo,você sempre nos leva através de seus poemas,ao maravilhoso universo feminino!
ResponderExcluirExcelente poesia. Gostei da linguagem para descrever a homenageada!
ResponderExcluirComo professor e pesquisador da Estética ou a disciplina filosófica do Belo e do sensível, vejo nesse poema de Fernando Atallaia uma atmosfera mais que feminina. Vejo a reciprocidade de cada sujeito que somos com o mundo que nos abre ao convite de nossa instalação. Ontologia e poesia também se entrecruzam, porque essa é a proposta do ser sensível a partir de sua criação: a mesma levada instauradora de corpos lançados no mundo, independente de sexo. Submarinas, poesia e ontologia, tão femininas, resgatam esse sentido de lançamento, bem conduzido pelo "sub" da palavra-tema que nos diz desse aprofundamento. Aliás, essa é a ideia ou "tópos" (colocação de um lugar, mesmo radical de utopia) da significação de Ser que estamos perdendo na contemporaneidade e que Fernando tenta nos trazer de volta. Que goze intensamente a homenageada!
ResponderExcluirPlinio Fontenelle-Professor do Departamento de Filosofia-UFMA
Poema Rico no jogo de imagens/miragens.Atormentada busca,entre mares e ventos da imaginação,toda Uma linguagem poetica emoldurando a musa homenageada,com a força e o talento,do verbo:poesia!
ResponderExcluir"E os peixes que servem a angústia em pratos de lua"
ResponderExcluirE a Poesia que tem esse dom de perpassar mundos unindo-nos uns aos outros? Eu, como Poeta e como leitora estou Encantada! Parabéns!
Muito lindo Lindão, como tu que fazes
ResponderExcluirFã de carteirinha sempre sempre e sempre,
Beijos
Rosana
Nada mais que o molhar das rochas no olhar das águas
ResponderExcluirNada mais... apenas apreciar a arte, a poesia.
Sóstenes
Parabéns! Belo texto
ResponderExcluirVocê faz um magnifico trabalho que acompanho a anos divulgando a poesia maranhense não deixa a peteca cair apesar do descaso com a cultura, tem meu respeito nobre Fernando Atalaia
ResponderExcluirCésar Antônio, Açailândia