quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Especialista explica procedimento que salvou tripulante em voo do Chapecoense
Especialista em acidentes aéreos
explica procedimento que salvou sobrevivente no trágico voo do Chapecoense:
"Não é teatrinho. Saber o que fazer em um momento tão complicado foi a
diferença entre a vida e a morte para Erwin Tumiri"
Por que técnico de voo Erwin
Tumiri sobreviveu ao trágico acidente com o avião do Chapecoense sem maiores
ferimentos ou lesões graves? Além da sorte, sua sobrevivência está
provavelmente ligada ao cumprimento das regras de segurança em uma aeronave.
O boliviano se encontra fora de
perigo e, ainda na terça-feira, disse em entrevista à Rádio Caracol, de
Medellín, que só está vivo por ter seguido o protocolo. Ele assumiu uma das
posições de impacto recomendadas para casos de quedas ou pousos em situações
complicadas.
As informações sobre o que fazer
em caso de um acidente de avião estão à disposição de todos os passageiros, nos
cartões de segurança localizados nos assentos dos aviões.
Camacho explicou que, caso um
passageiro não assuma a posição de impacto em caso de acidente, pode ter
problemas graves de saúde mesmo se o avião ficar intacto após a queda.
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De acordo com o comandante
Carlos Camacho, especialista em acidentes aéreos, saber o procedimento em um
momento tão complicado foi a diferença entre a vida e a morte para Tumiri.
“Você tem de seguir os
procedimentos determinados pela equipe de comissários. Colocar a cabeça entre
as pernas, não segurar objetos, se afastar de qualquer coisa cortante. O
protocolo não existe simplesmente para criar um teatrinho no avião. É
extremamente importante. E foi o responsável pela sobrevivência dele”, afirma.
Camacho explicou que, caso um
passageiro não assuma a posição de impacto em caso de acidente, pode ter
problemas graves de saúde mesmo se o avião ficar intacto após a queda.
“Se você não está sentado com a
cabeça entre as pernas, sofre o “efeito chicote”, que pode danificar a coluna
na hora, ou também pode bater a cabeça no banco da frente, principalmente pela
distância pequena entre os bancos. É essencial”, disse o comandante.
Sobrevivente de 1958
Hoje aos 84 anos, Harry Gregg é
um sobrevivente do voo de 1958 que matou mais de 20 pessoas, entre elas oito
jogadores do clube inglês Manchester United. Gregg era goleiro da equipe
histórica.
Emocionado com o acidente do
Chapecoense, o ex-goleiro lembra que, já naquela época, a posição que adotou
durante a queda do avião pode ter sido responsável por salvar a sua vida.
“Eu me lembro que nevava
bastante e duas tentativas de decolagem foram frustradas. Na terceira, eu
pressenti que algo aconteceria. Desafivelei o cinto da calça, abri botões da
camisa e me abaixei no assento. Fiquei nessa posição e foi a primeira vez que
fiz algo certo na vida… Curioso que ainda me lembro ter pensado: ‘eu vou morrer
aqui. Nunca mais vou ver a minha mulher, minha filha que era uma criança e, se
me ferir, nem sei falar alemão!'”, diz.
Posição de sobrevivência
Os momentos mais críticos
durante um voo são os três minutos após a decolagem e os oito minutos antes do
pouso. Em caso de manobras críticas e pouso forçado, posicione as suas mãos
cruzadas sobre a poltrona da frente e apoie a testa nas mãos. Caso não exista
nenhum assento à sua frente, deite-se sobre as pernas e abrace-as, mantendo a
cabeça baixa.
Durante o momento crítico, os
pés devem ficar ao máximo para trás, pois, no caso de um impacto, ajudaria a
prevenir canelas e pés sendo quebrado contra a base do assento à frente, o que
também atrapalharia uma possível evacuação.
Tumiri foi o único dos
sobreviventes a dar entrevistas até agora sobre o acidente. Os jogadores Alan
Ruschel, Follmann e Neto, o jornalista Rafael Henzel e a comissária Ximena
Suárez seguem internados em hospitais de Medellín.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO
PRAGMATISMO
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
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