sexta-feira, 18 de novembro de 2016
Maggi afirma que assassinatos de ambientalistas são “problema de relacionamento"
Na última quinta-feira (17), Maggi reduziu a importância dos compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris, dizendo que são mera “intenção”. Indicou ainda que o agronegócio brasileiro não irá cumprir as metas de redução de emissões de gases estufas estabelecidas para o setor. As informações são do jornal Estado de São Paulo.
Em outras ocasiões durante a Conferência, Maggi também reclamou da
reserva legal, que estipula proporções de floresta que devem ser
preservadas em cada propriedade rural. Na terça-feira (15), o ministro
já havia reclamado dos custos das metas que impõe a recuperação de 15
milhões de hectares de pastagens degradadas e 12 milhões de hectares de
florestas devastadas.
Em 2015, o Brasil apresentou, como sua contribuição ao Acordo de Paris, metas de redução de emissões: de 37% até 2025 e de 43% até 2030, detalhando que medidas deveriam ser tomadas para tanto. Entre as ações estabelecidas, além das criticadas pelo ministro, constavam também o fim do desmatamento ilegal e investimentos na produção de energia por meios renováveis. Ratificado pelo país em setembro deste ano, se o Acordo for aprovado pelo Congresso, assume força de lei.
Desconforto
As declarações de Maggi geraram críticas entre os presentes, que tinham expectativas de que a presença do ministro significaria uma sinalização positiva do agronegócio em relação ao combate às mudanças climáticas. A relativização da perseguição a ativistas no país foi um dos pontos que mais gerou desconforto.
“Nós temos conflitos, sim, no Brasil, não podemos negar. Mas eles não são dessa forma. Existem muitas brigas, muitas coisas que acontecem que são ditas, que são relacionadas a briga de terra, a briga por posse da terra, a briga por questões ambientais. Mas quando você vai no cerne da questão, você vai ver que tu tem problema de relacionamento de pessoas de determinados lugares e que não pode ser computado nesta questão”, disse Maggi.
O Observatório do Clima elaborou uma carta como resposta às declarações do ministro. No documento, a articulação citou dados da Global Witness que apontam o assassinato de 50 ambientalistas em 2015 - a maior parte na Amazônia - , cifra que equivale a um terço do total de casos em todo o mundo.
Ao receber a carta, Maggi ironizou os ambientalistas: “Fico feliz em saber que de ontem para hoje morreram menos 150 ambientalistas, porque ontem ouvi que eram 200 por ano e agora diz aqui que foram 50”.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO JORNAL BRASIL DE FATO
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
Ministro da Agricultura, que está na COP-22, também diz que metas brasileiras para o clima são apenas “intenções”.
A participação do ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP) na Conferência da ONU para o Clima que ocorre em Marrakesh, no Marrocos, deu indicativos de qual será o discurso do governo não eleito de Michel Temer (PMDB) e do agronegócio brasileiro em relação ao aquecimento global. Em um painel sobre o papel do setor agrícola no combate às mudanças climáticas, Maggi deu declarações fortes sobre o tema, chegando a afirmar que o homicídio de ambientalistas que ocorrem no país são, na verdade, “problema de relacionamento”.Na última quinta-feira (17), Maggi reduziu a importância dos compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris, dizendo que são mera “intenção”. Indicou ainda que o agronegócio brasileiro não irá cumprir as metas de redução de emissões de gases estufas estabelecidas para o setor. As informações são do jornal Estado de São Paulo.
“Nós temos conflitos, sim, no Brasil, não podemos negar. Mas eles não são
dessa forma", disse. / Marcelo Camargo/ABr
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Em 2015, o Brasil apresentou, como sua contribuição ao Acordo de Paris, metas de redução de emissões: de 37% até 2025 e de 43% até 2030, detalhando que medidas deveriam ser tomadas para tanto. Entre as ações estabelecidas, além das criticadas pelo ministro, constavam também o fim do desmatamento ilegal e investimentos na produção de energia por meios renováveis. Ratificado pelo país em setembro deste ano, se o Acordo for aprovado pelo Congresso, assume força de lei.
Desconforto
As declarações de Maggi geraram críticas entre os presentes, que tinham expectativas de que a presença do ministro significaria uma sinalização positiva do agronegócio em relação ao combate às mudanças climáticas. A relativização da perseguição a ativistas no país foi um dos pontos que mais gerou desconforto.
“Nós temos conflitos, sim, no Brasil, não podemos negar. Mas eles não são dessa forma. Existem muitas brigas, muitas coisas que acontecem que são ditas, que são relacionadas a briga de terra, a briga por posse da terra, a briga por questões ambientais. Mas quando você vai no cerne da questão, você vai ver que tu tem problema de relacionamento de pessoas de determinados lugares e que não pode ser computado nesta questão”, disse Maggi.
O Observatório do Clima elaborou uma carta como resposta às declarações do ministro. No documento, a articulação citou dados da Global Witness que apontam o assassinato de 50 ambientalistas em 2015 - a maior parte na Amazônia - , cifra que equivale a um terço do total de casos em todo o mundo.
Ao receber a carta, Maggi ironizou os ambientalistas: “Fico feliz em saber que de ontem para hoje morreram menos 150 ambientalistas, porque ontem ouvi que eram 200 por ano e agora diz aqui que foram 50”.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO JORNAL BRASIL DE FATO
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