quinta-feira, 11 de agosto de 2016
POESIA SEMPRE!
Leia o poema Uma Luz convertida, da obra inédita Crônicas do Baixo-Forquilha-Noite, Putas e Poesia de autoria do poeta e jornalista maranhense Fernando Atallaia
Uma luz convertida


Brilha mais alta tua luz convertida

Feita de andaimes raros e pés sangrados sem norte à deriva



Brilha mais alta tua última aureola

Embalada pelo frêmito de relinchos exauridos

Berram lapsos  candeias congos e toda esta madrugada



Salta-te à memoria de como vinhas sempre as tardes mortas

Mas vinhas com o peito nu ensandecido 


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POESIA ATALLAIANA EM ALTA VOLTAGEM O que serei eu além da imagem de tua rosa deflorada na janela?
Entre os chambres de outrora e os nervos à flor da tez
Agora que o mundo apaga tua retina e te afasta por inteira da sombra dos vórtices lineares na Paisagem

És mais carne que alento

Sussurro desabando ao colo das manhãs



O que farei eu, um pobre tecelão das linhas tortas?

O que farei eu sob o teu manto redesenhado de uma pureza encarvoada

Incólume não sou entre teus pelos

De lã tua vertigem na calçada

Um pobre diabo além de mim sou eu naquele



Pernas lançadas a escória

O que serei eu além da imagem de tua rosa deflorada na janela?

Um olho febril sob o silêncio da imaginação

Uma mão desesperada nas entranhas da memória.



Fernando Atallaia, São José de Ribamar, Maio de 2003


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