quarta-feira, 22 de julho de 2015

Quilombolas reocupam território tomado por fazendeiros em Minas Gerais

Projeto de irrigação gerou perda de território das comunidades tradicionais.
Por Wallace Oliveira
De Belo Horizonte (MG)
165 famílias da Comunidade Quilombola de Praia e dos Vazanteiros em Movimento ocuparam a Fazenda Vila Bela no município de Matias Cardoso, norte de Minas Gerais. O objetivo da ação foi reaver o território, no qual viviam as famílias há décadas, e protestar contra a degradação ambiental praticada no local.
Os Quilombolas de Praia formam uma comunidade com 60 famílias, que obtiveram a certidão da Fundação Palmares em 2005, os reconhecendo oficialmente como quilombolas
“Essa área é muito grande e uma parte foi abandonada. Os empresários não têm mais empreendimentos lá, a fazenda foi arrendada e os empregados demitidos”, explica Zilah Matos, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Norte de Minas. A fazenda ocupada estava sob arrendamento do fazendeiro João Evangelista Dourado.
Terras perdidas
Os Quilombolas de Praia formam uma comunidade com 60 famílias, que obtiveram a certidão da Fundação Palmares em 2005, os reconhecendo oficialmente como quilombolas. Já os Vazanteiros em Movimento são uma articulação de comunidades que vivem em Manga e Matias Cardoso. O termo é empregado para se referir à comunidades tradicionais que habitam e trabalham em margens de rios, em especial, o São Francisco.
Na década de 60, os quilombolas e vazanteiros começaram a ser expulsos de suas terras por fazendeiros da região. A área recebeu investimentos do Projeto Jaíba, maior plano de irrigação da América Latina, que trouxe o interesse de grandes empresários. O movimento intensificou o processo de expulsão das comunidades tradicionais.
Com isso, grande extensão da mata foi desflorestada e o governo estadual transformou parte da região em área de conservação. Criou-se parques estaduais que se sobrepuseram aos territórios ocupados, deixando as comunidades ainda mais encurraladas.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com João Evangelista Dourado para comentar o caso.

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