quinta-feira, 7 de maio de 2015
DESAFIOS DA UFMA
Por Sofiane Labidi |
Para muitos, a universidade é fundamentalmente um espaço para
transmissão do conhecimento no intuito de formar recursos humanos.
Durante muitos anos, o Ensino era considerado a função preponderante da
universidade. A Pesquisa e a Extensão foram incorporadas gradativamente e
fazem parte da história recente da universidade brasileira.
Creio que a visão clássica de hoje que restringe a universidade a
uma entidade desenvolvedora do tripé ENSINO – PESQUISA – EXTENSÃO deixa de ter
sentido a partir do momento em que nós não sabemos para quê serve este
Ensino? Para quê serve o conhecimento gerado? e qual será o papel
dos milhares de profissionais que colocamos no mercado a cada ano?
O distanciamento observado entre a universidade e seu entorno:
sociedade, meio empresarial, meio industrial e meio governamental está
colocando em xeque este modelo e o papel da universidade na sociedade.
Esta visão está se tornando caduca, principalmente porque tanto o ensino, como
a pesquisa e a extensão não estão amplamente voltados para sociedade.
Ao analisarmos o contexto e o cenário maranhense, deparamos
em uma realidade alarmante, pois, apesar de ser um estado potencialmente rico,
com uma abundância de recursos naturais e uma localização estratégica
invejável, o Maranhão apresenta os piores indicadores sociais e econômicos da
federação. É inadmissível que, em pleno século XXI, mais de 20% da
polução maranhense ainda é analfabeta. Além disso, o Maranhão detém os
piores índices de mortalidade infantil, baixa expectativa de vida, baixo Índice
de Desenvolvimento Humano –IDH, baixa produtividade, baixo Produto Interno
Bruto -PIB, Baixos índices educacionais, alto índice de pobreza, alto índice de
violência, alto índice de desemprego, etc.
Diante deste cenário perverso, e como professor e pesquisador da Universidade Federal do Maranhão -UFMA, me pergunto: qual é a nossa parcela de responsabilidade nisso? Qual deva ser o grau de nossa preocupação com este cenário? O que estamos realmente fazendo para reverter este quadro? Enfim, qual é, de fato, o papel da universidade na sociedade?
Diante deste cenário perverso, e como professor e pesquisador da Universidade Federal do Maranhão -UFMA, me pergunto: qual é a nossa parcela de responsabilidade nisso? Qual deva ser o grau de nossa preocupação com este cenário? O que estamos realmente fazendo para reverter este quadro? Enfim, qual é, de fato, o papel da universidade na sociedade?
Estamos em pleno século XXI, vivemos na nova era da globalização, da
tecnologia, do conhecimento, da competitividade, da inovação, e da
mudança. Neste contexto, qual é o papel da academia neste novo contexto e
na sociedade?
Nossa universidade detém a maior concentração de inteligências no estado com mais de 80% de seus mestres e doutores. Infelizmente, apesar deste potencial extraordinário, o Maranhão continua o pior da federação. Ao olharmos ao redor da nossa universidade o que observamos é muita pobreza e descaso! E o pior, estamos bem acomodados no nosso ninho. A universidade está desconectada da realidade e pouco impacta a sociedade.
Nossa universidade detém a maior concentração de inteligências no estado com mais de 80% de seus mestres e doutores. Infelizmente, apesar deste potencial extraordinário, o Maranhão continua o pior da federação. Ao olharmos ao redor da nossa universidade o que observamos é muita pobreza e descaso! E o pior, estamos bem acomodados no nosso ninho. A universidade está desconectada da realidade e pouco impacta a sociedade.
Não podemos negar a
importância da universidade como uma instituição de papel fundamental a
formação dos acadêmicos lhes proporcionando um importante crescimento
profissional e pessoal. Porém, este papel não é determinante, pois
qualquer instituição acadêmica de qualquer escala e em qualquer local pode
cumprir este papel. A UFMA, pelo potencial que tem e pelo montante de
recursos que recebe, não pode se limitar a esta função. Acredito que
nossa querida universidade tem uma responsabilidade social bem maior e deva de
fato impactar a sociedade. Formar é a função básica da nossa
universidade, que deve ser fortalecida e desempenhada com qualidade e
excelência. Entretanto, nós não podemos se limitar a esta função.
Nossa academia tem um débito muito grande perante a
sociedade. A UFMA ainda não casou com o Maranhão. Precisamos nos
reconciliar com os trabalhadores, com o homem do campo, os movimentos sociais,
o setor produtivo, o empresariado, as comunidades carentes, e as diferentes
classes sociais. Estes segmentos reúnem as condições para quebrar o ciclo
perverso do atraso e retomar as bases do verdadeiro desenvolvimento que deve
ser baseado no conhecimento.
Acredito muito no nosso potencial, que hoje se encontra
subestimado e sub explorado, e na nossa força em contribuir efetivamente com
nosso estado, um estado tão carente e tão necessitado da contribuição de suas
inteligências. A universidade não está cumprindo o papel que deveria ser
o seu. Ensinar, formar é o mínimo que nossa instituição possa
oferecer. Precisamos ser mais corajosos, mais audaciosos, mais atuantes e
mais envolvidos no dia-a-dia da nossa sociedade.Precisamos caminhar para uma
universidade moderna, inclusiva, aberta, inovadora e transformadora da
sociedade onde ela está inserida.
A universidade, que é uma das células mais importantes
da sociedade, encontra-se em um momento crucial de sua existência. A
instituição acadêmica está enfrentando os desafios do século, além disso, sua
responsabilidade perante a sociedade está aumentando a cada dia. Porém,
sua estrutura arcaica e engessada e sua inercia estão travando seu avanço e
colocando em xeque seu papel na sociedade.
A inovação é o motor da evolução da sociedade e a educação é
seu fundamento. A inovação passa, em primeiro lugar, pela geração de
conhecimento que a universidade sabe fazer muito bem e em segundo lugar pela
transformação do conhecimento gerado em riqueza. Isto passa pela
interação com a sociedade e com a empresa. É principalmente neste segundo
aspecto que estamos pecando. Precisamos se aproximar da indústria e da
micro e pequena empresa. Precisamos criar as condições para explosão do
potencial da academia ruma a uma universidade moderna, inclusiva, inovadora,
aberta, e transformadora da sociedade. A UFMA precisa de um novo modelo de Gestão
para se modernizar e se preparar para enfrentar os novos desafios da era da
mudança e do conhecimento.
Prof. Dr. Sofiane Labidi
é um dos mais respeitados nomes da Ciencia do Maranhão. Leciona na UFMA, além
de prestar consultoria a órgãos e instituições nacionais e internacionais em diversas áreas
do Conhecimento.
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Visão acertada e muito correta. Vou dar esse voto de confiança ao Labidi.
ResponderExcluirPaula Santos - Pedagogia
Concordo com o professor em genero numero e grau sem falar na falta de SEGURANÇA nos campus, essa gestão que ai estar é de corrupção e desfavorecimento, nao contempla os alunos e nem o professorado que vive se reclamando dessa BOSTA. Sandro
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