segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
POESIA EM CADA ESPAÇO
Por José Neres |
A cada dia, milhares de novos versos
saem da cabeça de seus autores e ganham vida em uma folha de papel ou na tela
de um computador. Alguns desses poemas talvez jamais serão vistos por outras
pessoas que não sejam os seus autores. Outros, no entanto, possivelmente um dia
serão organizados e diagramados em forma de livro, físico ou virtual, e trarão
a seus autores sensações díspares que podem ir do êxtase supremo à mais à mais
profunda certeza de que todo o esforço foi em vão. Mas de alguma forma, todos
saem transformados da experiência da publicação de um livro.
Há autores que se apressam em ver
seus trabalhos enfeixados em um volume, de preferência com uma bela
encadernação e com a ostentação do nome em algum lugar da capa. Em casos assim,
quase sempre o resultado é desastroso. O que era para ser poesia torna-se um
amontoado de palavras em busca de um sentido que nem sempre será alcançado. Às
vezes, a Poesia agoniza aprisionada em versos que servem apenas para satisfazer
o ego do autor.
Por outro lado, há escritores
talentosos que preferem, por diversas razões, não mostrar seus poemas. Em
muitos casos, a gaveta trancada se torna o depósito de algumas preciosidades
que, misturadas a outros tantos versos comuns cairão no esquecimento até mesmo
do próprio poeta.
No entanto, há também o caso dos
poetas conscientes de que a Poesia está em todos os lugares, mas que nem sempre
é possível reproduzi-la em palavras, porém, quando isso ocorre, é motivo de
muita alegria. Esse tipo de poeta sabe que nem tudo o que é produzido vem com a
qualidade desejada e por isso mesmo aprendeu a selecionar o que deve e o que
pode vir a público nas páginas de um livro.
É nesse último caso que se deve
encaixar o experiente e até agora quase inédito Fernando Atallaia, que depois
de muito produzir, de muito lutar e brincar com as palavras agora decidiu
selecionar seus poemas e publicá-los em forma de livro.
Nota-se, desde os primeiros versos
da Ode Triste para Amores Inacabados, que não se trata de um trabalho
impulsionado pelo mero desejo de publicar um livro, mas sim de uma obra pensada
e planejada com começo, meio e fim. O Poeta sabe que “toda poesia tem suas
dependências” e faz o possível para respeitar as intimidades da Poesia. Mas
Fernando Atallaia, leitor experiente de poetas das mais variadas estirpes, sabe
que a Poesia, embora inspire todo o respeito que uma dama séria exige, também
gosta de ser devassada e dessacralizada pelas pessoas a quem ela se entrega.
Embora ainda contido na
dessacralização da forma, o autor de Ode Triste para Amores Inacabados
aproveita as permissões da Senhora Poesia e imiscui nas sendas dos versos um
pouco de sua verve crítica, seu descontentamento com o mundo e um certo desapego
às convenções formais. Ele sabe que a Poesia não pode fechar os olhos nem para
um homem que, desesperado, pede a amada em casamento, nem para um “cafajeste em
quatro tempos” e muito menos pode ficar indiferente às “putas-primeiras das
primeiras damas em seus apelos” nem às meninas que não têm cama nas cozinhas e
não têm boca para a fome. Ela não é de uma elite. Ela é de todos e de todas.
Mesmo sabendo que “toda poesia tem
seu silêncio”, Atallaia opta por uma Poesia que grita aos quatro ventos que
quer ir além das belas fachadas da sociedade e que deseja visitar tanto as
luxuosas salas de visita, quanto as lúbricas alcovas e até mesmo os mais
espúrios banheiros de uma sociedade que já muito se escondeu sob as formas do
silêncio e inclusive da própria Poesia.
Com este livro, Fernando Atallaia
demonstra que soube (es)colher seus poemas na hora exata e que saber esperar
também faz bem à Poesia.
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Parabéns Fernando Atallaia! Você é um poeta exemplar.
ResponderExcluirAdmiro você e seu trabalho. Vamos levar a poesia para a população Maranhense que ficou a mercê, em sua maioria, de alienações e desconhece a leitura e a arte - capazes de transformar um ser humano.
Marcela Oliveira
Parabéns Fernando Atallaia! Você é um poeta exemplar.
ResponderExcluirAdmiro você e seu trabalho. Vamos levar a poesia para a população Maranhense que ficou a mercê, em sua maioria, de alienações e desconhece a leitura e a arte - capazes de transformar um ser humano.
Bem sabe o poeta que esperar não é perder tempo. Muitos devem se perguntar o motivo das suas obras não-publicadas, porém, ao dialogar com o poeta, percebe-se que há nele uma coerência instigante, um dom capaz de discernir qual o tempo ideal para tornar mais acessível a sua comunicação poética.
ResponderExcluirFERNANDO ATALAIA , UM DOS MAIORES POETAS DO MARANHAO, ORGULHO DE SER SEU AMIGO MEU BROTHER
ResponderExcluirRONALD DE RIBAMAR, A GALERA PERGUNTA MUITO POR TI FERNANDO
FERNANDO ATALLAIA É O POETA MAIS ORIGINAL DO MARANHÃO. PONTO.
ResponderExcluirWELBSON MONTEIRO