quarta-feira, 5 de novembro de 2014
3 PERGUNTAS PARA ANTÔNIO PADILHA TOM SALES
Antônio Padilha Tom Sales, mas conhecido no meio cultural maranhense como Padilha, foi Secretário de Cultura do Estado e é o atual regente da conhecida banda Big Band, da qual se licenciou para defender tese de doutorado na Europa.
Longe do Maranhão há algum tempo por conta dos estudos e intercâmbio
musical, Padilha é um dos estudiosos da Música Erudita mais compromissados com o
fortalecimento do segmento em solo maranhense.
Não bastasse sua formação nesse particular, o professor e também arranjador
tem pelas vertentes da Música Popular Maranhense-seus ritmos e gêneros- apreço
e apego incondicional.
Entrevistei na noite de hoje (05) para série '3 Perguntas para’ da
Agência de Notícias Baluarte, via uma rede social, Antônio Padilha que falou
sobre sua preocupação com o futuro da Cultura do Estado às vésperas da
indicação do novo titular da Pasta pelo governador eleito Flávio Dino. Ele ainda se debruçou rapidamente sobre o
trabalho que vem empreendendo no campo pedagógico; suas intenções; temáticas e laboratório
estético. Vamos à entrevista:
Por Fernando Atallaia
Editor-Chefe da Agência de Notícias Baluarte
Agência de Notícias Baluarte- Como está sendo a experiência de defender
uma tese na área da Música que pega como matize o Bumba-Meu-Boi e o relaciona a
linguagens musicais 'universais'?
Antônio Padilha- Na verdade, defendi a tese de que a introdução dos instrumentos de sopro desoprimi o Bumba-Meu-Boi, ao mesmo tempo que aproximou a elite maranhense do
folguedo, mantendo a assimetria social existente no Maranhão. O Boi de Orquestra
é o boi do branco, dos bens nascidos e enriquecidos, enquanto os Bois de
Zabumba e de Matraca, apesar de serem mais democráticos, serem grupos comunais
e por isso mesmo é interesse das elites; a música e a história do Boi de
Orquestra têm também cunho político, performático, histórico e sociológico.
O músico, arranjador e ex-secretário de Cultura do Estado, Antônio Padilha: ''Espero que o novo titular não discrimine as pessoas que trabalham há anos em prol do desenvolvimento da Cultura e que aproveite as experiências dos outros. Que seja um verdadeiro líder e não tenha medo de gente inteligente''. |
Agência de Notícias Baluarte- Como é empreender essa proximidade entre a
chamada Música Popular e a Erudita, sem
que ambas firam a si mesmas ? Sem que percam a independência mesmo estando tão próximas,
tão plenamente entrelaçadas? Sua tese de doutorado aponta para essa
perspectiva?
Antônio Padilha- Não. Minha tese é de cunho etnomusicológico. Eu não faço essa distinção entre Música Popular e Erudita. Faço distinção entre música boa, que me diz algo e que me envolva, que me desperte e música que não me diz nada, às vezes até me irrita justamente por não ter nada. A música de Donato e de Humberto do Maracanã é de uma riqueza intuitiva que supre qualquer erudição. Elas já nascem eruditas. Tive com o Donato e ouvir canções que me marcaram pelo lirismo, forma simples de dizer as coisas que ele viveu, enfim ele consegui descrever e narrar fatos de forma perfeita, da mesma forma que os compositores românticos no séc. XIX.
Agência de Notícias Baluarte- Estamos às vésperas do anúncio do indicado
para Secretaria de Estado da Cultura. Você na condição de músico e
ex-secretário da Pasta, o que espera do novo titular?
Antônio Padilha- Espero que o novo titular não discrimine as pessoas que trabalham há anos em prol do desenvolvimento da Cultura e que aproveite as experiências dos outros. Que seja um verdadeiro líder e não tenha medo de gente inteligente. Quando fui secretário convidei todos os ex-secretários para me ajudar: Felipe Andres, Michol, Nerine, Zelinda, por isso sou lembrado por ter feito um bom trabalho, afinal estava muito bem assessorado. Confesso a você que tenho receio de que a Cultura seja entregue a um partido, ou político reprovado nas urnas e que seja transformada em um cabide de emprego para cabos eleitorais. Quando saí deixei 10 escolas de música que foram abandonadas, pois diziam que era coisa de Padilha. Um secretário tem que ver as ações dos que o antecederam como política pública e não de uma pessoa.
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Concordo , nao pode ser um secretário invejosoo todo despreparado é um baita invejoso carahehehehhee
ResponderExcluirnelsinho a vida e uma festa
Grande professor Padilha, bela entrevista, parabéns e saudades. É a Rosa do Coral.
ResponderExcluirExcelente. Sucesso meu caro!!!
ResponderExcluirNadiceia Palhares,
Parabéns Professor Doutor pela ótima intrevista. A cultura precisa de pessoas compromissadas que tenham esse mesmo princípio. Pois do contrário, não galgaremos nada mais valioso para nosso povo enquanto a cultura estiver sendo representada por pessoas que não tem a mesma visão e a consciência de dá continuidade aos projetos que deram bons resultados, ainda mais se tratando de inclusão social e aprimoramento da prática da arte e tudo aquilo que a norteia.
ResponderExcluirParabéns Padilha ! vindo de você eu só
ResponderExcluirposso me orgulhar de ter tido a portunidade, de ter trabalohado e aprendido muito com a companhia de voces. Um abraço.
Parabens , gostei do que li. Gracinha Cantanhede de Niteroi-Rio.
ResponderExcluirPadilha fez um excelente trabalho e acredito que seria um bom nome para assumir a Secretaria. Quando foi Secretário, dentre muitas outras ações, valorizou o músico, coisa jamais feita em qualquer outra gestão. Abraço. Carlão.
ResponderExcluirMeu querido professor doutor Francisco Padilha. Preparado, zeloso e acima de tudo sério em tudo que faz. Não promete o que não pode cumprir e não é falso como certos secretários que passaram por último na cultura que só sabem fazer fórum.
ResponderExcluirExcelente matéria. Amigo Padilha, precisamo de você. Abraços e sucesso.
ResponderExcluirWilliam Moraes Corrêa. Grupo Foliões. São Luís. Brasil.